tag:blogger.com,1999:blog-23612225933380296932024-03-13T11:49:58.070-03:00Psicanálise e Psicomotricidade RelacionalPsic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-10357123038538205412017-10-13T17:11:00.004-03:002017-10-13T17:11:39.716-03:00Atendimento em Psicomotricidade Relacional para crianças<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcB1Yr4-0weL13poIg0n4qPPHfmt-ZwrI3pKuXfR-kgHt2idEG65Tu0eVYJoOb-cn45qmtpAm7elE7vtrHneBrCryiPkP07FwF_EbCQCT4ro-T4sapAgciy5Y54LeGcCOjMwjFZE04DI8/s1600/Placas+-+Melhor+Viver+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1096" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcB1Yr4-0weL13poIg0n4qPPHfmt-ZwrI3pKuXfR-kgHt2idEG65Tu0eVYJoOb-cn45qmtpAm7elE7vtrHneBrCryiPkP07FwF_EbCQCT4ro-T4sapAgciy5Y54LeGcCOjMwjFZE04DI8/s640/Placas+-+Melhor+Viver+%25281%2529.jpg" width="438" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.melhorviver.net/"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">www.melhorviver.net</span></a><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Rua
Guararapes, 572 – São Francisco – Niterói – RJ<o:p></o:p></span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">2710-6541
/ 98080-9530<o:p></o:p></span></div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-48633480443625293672017-08-28T15:27:00.001-03:002017-08-28T15:27:20.621-03:00A Internet e os relacionamentos<div align="justify">
Percebe-se o quanto a Internet vem revolucionando as modalidades de relação, tanto no aspecto econômico quanto social.<br />
Se por um lado a Internet pode ser um meio facilitador, permitindo que possam ocorrer encontros que de outra forma dificilmente ocorreriam, por outro lado pode haver armadilhas reais no mundo virtual.<br />
A Internet trouxe consigo a era do imediatismo, tudo precisa ser processado em tempo real e com isso, falta tempo para a simbolização, capaz de viabilizar a elaborar que daria um significado ao sentimento.<br />
Um exemplo disso é a seguinte frase, ilustrada em uma rede social:</div>
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</div>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5662022828348880994" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA7LEcYKZ7ggsb5oms5361KERYR-VDJxZf6gzaTUVezg9Jrohn3leq1RgdWo-0MiDUyZjfAPMGuC72qRw1v1fIAaljyvLVIW6KTpXfgmcLxbnBOTWXN8LhnWEUlPu9lyMw1Ar-6h6UpgY/s400/internet.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 98px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 130px;" /> <br />
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Em outras palavras: não quero gastar tempo nem energia para processar e elaborar o sentimento de relacionamentos que não deram certo. Com direito a excluir o histórico, ou seja, sem ao menos procurar compreender o quê foi que não funcionou.<br />Essa frase contextualiza muito bem a demanda repleta de imediatismo, sem espaço para a diferença e a tolerância, necessárias em um relacionamento pautado na realidade.<br />Se existe um excesso de imaginarização, colocando o outro em um plano idealizado, onde há controle daquilo que se demonstra e também daquilo que se pode captar, é fato que essa imagem precisará ser destituída e descontruída, para dar espaço a pessoa real que do outro, com todas suas qualidades e defeitos.<br />Seja no mundo real ou virtual, é natural que inicialmente, se idealize o outro, isso faz parte do processo de apaixonamento que normalmente ocorre a partir do investimento emocional no parceiro.<br />A Internet parece uma via alternativa, onde o sujeito tem a sensação de que pode controlar o grau de envolvimento que almeja ter com o outro. Talvez por saber o quanto é elevado o dispendio de energia inerente ao envolvimento emocional com o outro, onde muitas vezes aparece a sensação de ameaça de não ser correspondido ou ainda, a ansiedade decorrente do risco em se abrir para o novo.<br />Como uma tentativa de manter-se no controle, corre-se o risco de não se envolver com a pessoa real do outro, mas com aquela idealizada. Procurando evitar riscos, criam-se armadilhas maiores ainda, que podem esbarrar na superficialidade da relação até a frustração ao se deparar com a realidade que necessariamente nunca vem ao encontro com o objeto imaginarizado.<br />Via de regra, sabe-se que após o encontro com um possível parceiro, vive-se a imaginação de forma muito intensa, quando há a suposição que aquela pessoa pode vir de encontro com o perfil do sujeito ideal, como se visse a si mesmo de forma espelhada no outro.<br />"O objeto amado é, no investimento amoroso, pela captação que ele opera no sujeito, estritamente equivalente ao ideal do eu." (LACAN, 2009, p.170)<br />Percebe-se que nos <em>chats</em> que tem como principal objetivo a procura por um parceiro, procurara-se conhecer o postulante a futuro par através da palavra cuidadosamente apresentada pelo outro<br />Ainda é uma situação muito controlada, pois cada um pode escolher com cautela os pontos e qualidades a serem expostas ao outro. Mas só isso não sustenta um relacionamento, é preciso não se acomodar nesse lugar, muitas vezes permeado de superficialidade.<br />Não basta abrir a janela dos <em>chats</em> no computador para que a porta do coração também se abra. Para que ocorra uma relação de verdade é preciso sair do plano da idealização, pois duas pessoas só se tornam um casal, se existir envolvimento no plano da realidade.<br />O virtual por si só, não basta. Relacionamentos reais, são constituídos por meio da relação pautada na realidade, que contempla muito prazer e imaginação, mas também boas doses de frustração, risco e muito envolvimento emocional.<br /><br /><strong>Referência:</strong><br />LACAN, J. O seminário: Livro 1: <strong>Os escritos técnicos de Freud</strong>. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. (Originalmente publicado 1953-1954). </div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-71632998601860599212017-08-28T15:27:00.000-03:002017-08-28T15:27:11.061-03:00SINAL DE ALERTA: Ansiedade em demasia como resposta aos excessos<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFgjO1-HRpE5PTaBepUmCRcc83mPxoiZGthQSpD9kLr3jmomk_K7R28YkihnH2v4fjuAGztmuDZq76bmvzJT2mqjhA0BrBpgQbi2Agknk9rCgDvmJr4nIEC90koRkDOjPhdo9KFI3Cst8/s1600/mulher+malabarista.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646073669355352546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFgjO1-HRpE5PTaBepUmCRcc83mPxoiZGthQSpD9kLr3jmomk_K7R28YkihnH2v4fjuAGztmuDZq76bmvzJT2mqjhA0BrBpgQbi2Agknk9rCgDvmJr4nIEC90koRkDOjPhdo9KFI3Cst8/s200/mulher+malabarista.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 150px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 150px;" /></a>Vivemos na <strong>“era dos excessos”,</strong> constantemente escutamos os anseios e as aspirações que remetem a espera ou a tentativas de alcance de sempre mais...
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Almeja-se o melhor trabalho, a família perfeita, filhos bem educados e obedientes, o corpo ideal, o conhecimento “completo” a respeito de quase tudo. Não falta nada, sendo justamente isso que falta.
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Não faltam itens para esta lista que não cessa de se renovar. É importante que haja espaço para o desejo, possibilitando que o sujeito esteja em movimento. No entanto, preocupa quando esta lista vira uma obrigação a ser cumprida.
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Onde está a satisfação se não há um ponto de basta, capaz de fazer função de ancora, permitindo um equilíbrio satisfatório na divisão da economia psíquica?
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Vivemos na era do prazer e paradoxalmente há a emergência de sintomas que testemunham e evidenciam que o excesso da suposta busca incessante à satisfação acaba fatalmente ocasionando o desprazer.
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Sintomas como: ansiedade, medo, fobias ou a chamada “Síndrome do Pânico”, nome dado pela Psiquiatria para as crises de angústia; aparecem freqüentemente e tem conseqüências na vida do sujeito que sofre, sem muitas vezes poder nomear a causa de seu sofrimento.
<br />
Quando os sintomas aparecem como forma de sinalização, normalmente aparece a indagação a respeito das causas deste aparente paradoxo. O sujeito se indaga onde falhou, já que preencheu tanto quanto possível seu tempo e disponibilidade psíquica em prol daquilo que era considerado seu ideal e, portanto, deveria ser sinônimo de felicidade.
<br />
Parece um contra-senso o ponto de falha derivar justamente dos excessos que visam eliminar o espaço para a falha e para a falta. Tudo precisa ser previsto e preenchido, a ponto do psiquismo não poder usar os mecanismos de auto-regulação dos quais normalmente dispõe, pois é exigido incessantemente, até que em dado momento dá sinais de fadiga, como alerta de que é preciso rever este modo de operar no limite do excesso.
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Surpreendentemente, em meio a tantas atividades e conquistas, o sujeito se vê em meio a crises de ansiedade que evidenciam que algo não vai bem.
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A teoria freudiana discorre a respeito da economia psíquica, defendendo a idéia de que o aparelho mental visa sempre o equilíbrio. O Eu prioriza o estado de adaptação, tanto interna, quanto entre o meio ambiente e organismo. Quando o estado de equilíbrio dinâmico é ameaçado, a ansiedade funciona como um sinal de alerta, resultante de um conflito psíquico, que tanto pode ser resultado de um conflito entre o ambiente externo e o organismo, como também um conflito intrapsíquico.
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Em <em>Além do Princípio do Prazer</em> (1920), discorre-se sobre as funções do aparelho mental: “sujeitar os impulsos instintuais que com ele se chocam, substituir o processo primário pelo processo secundário, e converter sua energia catéxia livremente móvel numa catéxia principalmente quiescente (tônica). (FREUD, 1977, p.83)
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O processo de obtenção de satisfação se dá inicialmente pelo processo primário, que consiste na tentativa de livre descarga de energia tentando alcançar por uma identidade de percepção (processo alucinatório) o objeto de satisfação. Se a pessoa mantém-se na alucinação, mantém-se no princípio do prazer. Já na fantasia, há a realização da satisfação de modo mais simbolizado, pois ocorre através do pensamento.
<br />
No processo secundário, mantém-se a mentalização, onde há inibição do escoamento livre de energia. Este processo tem uma função reguladora na descarga de tensão, posto que é necessário fazer desvios, possibilitando um refreamento da satisfação das necessidades. Tanto o processo primário quanto o processo secundário visam a redução de tensão.
<br />
O papel da ansiedade no funcionamento da estrutura psíquica corresponde à resposta do Eu a um impulso inconsciente que se fosse exteriorizado poderia expor a pessoa a um perigo real ou suposto.
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Freud (1977), descreve o processo de regulação de tensões e a tentativa do organismo em reencontrar o equilíbrio na medida em que assegura a dominância do princípio do prazer. “Enquanto essa transformação se está realizando, nenhuma atenção pode ser concedida ao desenvolvimento do desprazer, mas isso não implica na suspensão do princípio do prazer. Pelo contrário, a transformação ocorre em favor dele; ...” (p.83)
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A ansiedade causa sensação de ameaça e medo, o afeto remete a uma dimensão física onde o corpo é afetado e sente. A sensação de ansiedade aparece como um alerta sempre que o Eu sente-se ameaçado, diante da eminência de uma interdição ou perda. Assim, o psiquismo faz uso dos mecanismos de defesa como tentativa de controlar e manter inconsciente o impulso interpretado como perigoso.
<br />
Ressalta-se que a ansiedade pode aparecer tanto como um alerta frente a perigos reais, como também pode ser decorrente de um excesso de imaginário, proveniente de uma cobrança interna muito elevada, onde o julgamento moral deriva de um Super-Eu extremamente rígido, podendo ocasionar sofrimento. Vale lembrar que as ansiedades nem sempre estão associadas à ameaças reais ou atuais, podendo ter origem nas primeiras experiências do sujeito.
<br />
Sabe-se que os desejos inconscientes podem ser recalcados, mas sempre retornam de outra maneira, normalmente disfarçados.
<br />
Quando faltam recursos simbólicos para administrar determinada situação, como resultado pode aparecer o medo de punição diante da constatação do retorno de desejos recalcados, ou ainda: uma ansiedade moral, proveniente de uma auto-cobrança extremamente rígida.
<br />
Portanto, o sintoma é o resultado daquilo que foi recalcado. Quando este disfarce pode ser nomeado pelo sujeito, recebe o nome de medo ou ansiedade. Os quais são responsáveis pelo deslocamento da relação do sujeito com o desejo para o sintoma.
<br />
Contudo, quando esse sentimento não pode ser nomeado pelo sujeito, diz respeito a angústia, por não ter sido simbolizado. Não há representação de palavras, posto que o sujeito não encontra formas de nomear o objeto faltante.
<br />
Salienta-se que não se sabe qual tipo de experiência pode colocar a prova os recursos simbólicos que o sujeito possui. Diante da dificuldade ou impossibilidade de simbolizar um evento, o sintoma ocasiona um avanço do imaginário sobre o simbólico.
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Qualquer perda é passível de reatualizar a primeira perda do sujeito, chamada de a angústia de castração. Como não há uma representação para a perda no inconsciente, aparecem os mecanismos de defesa como forma de lidar com este conteúdo.
<br />
As reações emocionais são variadas, desde palpitações, falta de ar, fobias, inquietação, transtornos do sono e alimentares, isolamento, dentro outros.
<br />
Cada reação articula-se diretamente com a cadeia associativa do sujeito, sintoma que retorna de maneira disfarçada, pelo conteúdo real gerar tamanho sofrimento, que o organismo aciona os mecanismos de defesa como forma de tentativa de reestabelecer o equilíbrio.
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Os constructos freudianos apontam o caráter acentuado de desprazer presente na ansiedade. Considerando que o sujeito evita o desprazer e busca a prazer como mecanismo interno de auto-regulação. Sempre que o Eu tem a sensação de ameaça ou medo, procura encontrar meios de amenizar a sensação de desprazer.
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Como a ansiedade gera uma quantidade significativa de tensão, o Eu aciona os mecanismos de defesa que consistem na distorção da realidade ou negação inconsciente, sistema que visa proteção do Eu à medida que busca a redução de tensão.
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Assim, o psiquismo encontra uma maneira de recalcar o conteúdo conflitante no inconsciente. O problema é que este material recalcado não se contenta com esta condição e continua dando sinais de sua existência, retornando de maneira disfarçada e de forma singular para cada sujeito.
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Algumas pessoas costumam dizer que quando se sentem ansiosas sentem muita vontade de comer. Logo, o excesso de peso muitas vezes é atribuído à ansiedade do sujeito. Mas isso não é uma regra, alguns realmente recorrem ao alimento como forma de buscar o prazer e desviar o pensamento do conteúdo conflitante. Mas também há aqueles que não conseguem comer; ou ainda: dormem em demasia ou perdem o sono, dentre outras manifestações.
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Contudo, vale ressaltar que um dos mecanismos de defesa do organismo é recorrer a uma ação regressiva, que remeta à segurança de um período prazeroso da vida ou menos frustrante. No que tange o estado de regressão e a alimentação, sabe-se que no início da vida uma das sensações de maior satisfação na vida do bebê deriva justamente do aleitamento junto ao acolhimento materno.
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Mesmo na infância, depois de já ter passado da fase oral, é muito comum os doces serem introduzidos como forma de gratificação, ganhando mais uma vez<em> status</em> equivalente à satisfação. Assim, na idade adulta, diante de uma situação de conflito, é comum verificarmos essa busca de recompensa e satisfação na tentativa de reestabelecimento de equilíbrio psíquico pela via da alimentação.
<br />
No entanto, essa tentativa acaba sendo frustrada, pois não resolve o conflito, apenas suprime momentaneamente. Esse mecanismo de regressão e satisfação pela via oral se retroalimenta por meio da compulsão à repetição, podendo desviar a relação do sujeito com o desejo, uma vez que está preso à cadeia repetitiva que leva para o mesmo lugar.
<br />
Quando a pessoa faz uso deste mecanismo de defesa regressivo frente à situações de ansiedade e existe uma pré-disposição para o ganho de peso, ocorre um ciclo vicioso que se retroalimenta, posto que o sujeito se frustra ao se dar conta do sobrepeso e mais uma vez recorre aos excessos na alimentação como forma de compensação, o quê acaba contribuindo para que essa dificuldade se instaure.
<br />
Se o sujeito não pode entrar em contato com o conteúdo conflitante reprimido, as tentativas conscientes de controle de peso nem sempre são bem sucedidas, o quê mais uma vez leva à frustração.
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O conflito é psíquico, mas o organismo responde à essa forma de operar no limite, muitas vezes deixando de funcionar adequadamente. Sabe-se que em alguns casos, embora a pessoa tenha hábitos de vida saudável, faça exercícios regularmente, pode ainda apresentar redução no metabolismo, aumento de colesterol, dentre outras desfunções que deflagram e evidenciam as consequências das dificuldades de ordem emocional.
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Em decorrência disso, aparecem queixas provenientes dos efeitos do sintoma, que visam justamente velar o objeto suprimido pela consciência. O sujeito busca o mesmo mecanismo de recompensa, que inevitavelmente repercute nos mesmos efeitos, dos quais o sujeito reclama, mas muitas vezes não consegue sair sozinho deste funcionamento que insiste em se repetir.
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É importante ressaltar que existem espaços de escuta que possibilitam que o sujeito possa entrar em contato com o conteúdo que seus sintomas vêm para enunciar, como a Psicanálise e a Análise Corporal da Relação.
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A <strong>Psicanálise</strong> é uma técnica que viabiliza a elaboração e ressignificação de conteúdos por meio da palavra. Na medida em que o sujeito pode entrar em contato com o real conteúdo que antes gerava ansiedade, pode encontrar outras formas de dar significado ao mesmo, possibilitando a percepção e questionamento de condutas.
<br />
Como a Psicanálise está na intersecção entre os eixos: real, simbólico e imaginário, no decorrer do processo analítico é possível encontrar formas de modificar a subjetividade que contempla muitos excessos. Daí a importância de poder entrar em contato com o vazio ou com a falta estruturante, para que o sujeito possa modificar sua relação com o desejo. É necessário que a falta seja inscrita, pois há uma organização em torno da mesma. A relação do sujeito com seus objetos se da justamente em torno da falta, que por sua vez permite que o querer se articule com o movimento do desejo.
<br />
Paulatinamente os sintomas perdem sua eficácia, na medida em que o sujeito aumenta sua relação com a possibilidade de entrar em contato com o vazio, para então poder desejar.
<br />
A <strong>Análise Corporal da Relação</strong> é uma abordagem que se utiliza da comunicação não verbal. Por meio da relação autêntica, esta ferramenta oferece um tempo e um espaço para viver o encontro com as emoções, redimensionando-as para ações passiveis de resgatar o desejo, viabilizando o equilíbrio para uma vida mais harmônica.
<br />
Seja por meio da palavra, no <em>setting </em>da Psicanálise ou através da comunicação<em> infraverbal</em>, na Análise Corporal da Relação, é importante que o sujeito possa se dar conta das condensações que realizou por meio do sintoma como forma de se fazer ouvir. Localizando sua parcela de subjetividade no mal estar produzido em determinado contexto, poderá abrir mão da compulsão à repetição para reencontrar o movimento desejante.
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Se desvenciliando dos excessos que vem para tamponar uma falta que não deve ser velada, mas reconhecida e aceita, a subjetividade pode encontrar lugar para o vazio, assim como um espaço para o movimento desejante e uma forma de viver com mais liberdade: na “justa medida”, medida esta, que é única para cada um.
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<strong>Referências:
</strong>
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FREUD, S. (1920). <strong>Além do princípio do prazer.</strong> Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Obras Completas de Sigmund Freud, vol.XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1976.</div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-19730600400052955042017-08-28T15:26:00.001-03:002017-08-28T15:26:11.040-03:00Análise do Filme: "Muito Além do Jardim": Uma suceção de falhas na comunicação<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaOHbPzO_TymR628XHTF-ROt3Bl3xj05ONkwyrxzM_-kKQ1n3kbc6TkU94c9DQhGObct4T0nKWOXWPuyG-HZAUyxasUdp1DL-_8dK6XPnKU_lE_wZrI4zFjhiWAc5okOUFvpAqkXZBn-o/s1600/muito+al%C3%A9m+do+jardim.bmp"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5512031524963153922" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaOHbPzO_TymR628XHTF-ROt3Bl3xj05ONkwyrxzM_-kKQ1n3kbc6TkU94c9DQhGObct4T0nKWOXWPuyG-HZAUyxasUdp1DL-_8dK6XPnKU_lE_wZrI4zFjhiWAc5okOUFvpAqkXZBn-o/s200/muito+al%C3%A9m+do+jardim.bmp" style="float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 144px;" /></a>O personagem principal, Chance, viveu confinado dentro de uma mansão até o falecimento do proprietário do local onde residia e trabalhava enquanto jardineiro. Seu conhecimento se resumia a este universo restrito e às imagens transmitidas pela televisão.<br />
Chance imitava o quê via, mas não necessariamente compreendia o significado do conteúdo atrelado ao que visualizava.<br />
Quando teve que deixar a mansão, entrou em contato com o mundo externo e, portanto, com a realidade. Sem possibilidade de realizar metáforas, levava recados interpretados ao pé da letra. Como quando levou a mensagem de Raphael ao médico da casa de Bob e Eve.<br />
No que tange a este recado, pode-se observar que os rapazes que Chance conversou eram negros e o médico da casa de Ben também. Assim como aborda uma mulher negra na rua, pedindo seu almoço. Pois recebia todos os dias sua refeição da senhora negra que trabalhava na mansão.<br />
Chance possivelmente interpretou que o comportamento de outras mulheres negras seria similar ao padrão que ele conhecia da funcionária da mansão.<br />
Quanto ao médico da casa, Chance também pode ter feito uma conexão entre as características físicas dos personagens que mandaram um recado a Raphael, para em seguida atribuir que pessoas de cor semelhante devem se conhecer.<br />
Nessas duas situações, Chance só se comportou desta forma (com a mulher negra na rua e com o médico), pois tinha uma vivência específica com a funcionária e por ter tido contato com o grupo de rapazes na rua.<br />
Chance, o emissor da comunicação entregou a mensagem aos receptores errados. Que jamais poderiam compreender do que se tratava, visto que não tinham qualquer tipo de vínculo com o mesmo.<br />
Fato que denuncia a ingenuidade de Chance e sua limitada capacidade de assimilar conteúdos.<br />
Ao se maravilhar com a própria imagem vista na televisão que está com uma câmera ligada na vitrine da loja, acidentalmente, é atropelado pelo motorista de Eve Rand.<br />
Aparentemente por receio de um processo legal, Eve decide levar Chance para receber cuidados médicos em sua casa. Chance aceita de bom grado tudo que lhe é oferecido, parecendo acreditar que as pessoas simplesmente são generosas.<br />
Chance possivelmente aparentava pertencer a uma determinada classe social pela forma respeitosa e amigável como se apresentava ao outro.<br />
Apresentava vestimentas distintas, pois tinha autorização para fazer uso das roupas do falecido dona da mansão. Além disso, apresenta uma fala polida, bem como comportamentos modelados em função da imagem televisiva, mas totalmente desprovidos de afeto.<br />
O personagem convive com pessoas de diferentes níveis sociais e intelectuais, parecendo não despertar desconfiança quanto a sua real identidade.<br />
Apesar de em algumas situações parecer evidente que Chance não compreendia a profundidade do conteúdo tratado pelos outros, as pessoas ao seu redor não se deram conta, presumindo que talvez ele estivesse falando de outro assunto.<br />
Este fato pode ser observado quando Chance relata que nunca andou de carro e o funcionário de Eve imagina que ele estivesse se referindo ao motorista. Assim como no elevador, quando menciona que nunca havia andado em “um desses”, o funcionário interpreta que falava da cadeira de rodas.<br />
Alienado a imagem carente de significados, esta característica do personagem Chance provavelmente possibilitou que os outros atribuíssem à Chauncey e sua fala, exatamente o quê gostariam de ouvir.<br />
Chance cuida do jardim. Já Chauncey não faz muita coisa, além de fazer semblante, ocupando um lugar que é dado a ele de acordo com os interesses de cada personagem.<br />
Eve Rand, com seu esposo Ben adoentado, parece carente e encontra em Chauncey um homem para amar e para se sentir desejada.<br />
Seu esposo, Benjamin Rand, milionário com saúde debilitada, vê em Chauncey um sucessor para cuidar de sua esposa e quem sabe até administrar seus negócios. Que aos seus olhos, parece equilibrado e lhe “ensina” a lidar melhor com a morte.<br />
Parece que Chance foi muito bem recebido tanto por Eve quanto por seu marido Ben, justamente por haver uma lacuna subjetiva para ela enquanto mulher e para ele enquanto homem de negócios e sujeito questionando sua existência no mundo e os caminhos que poderia encontrar para dar um destino aos seus objetos de amor (esposa e negócios) após sua morte.<br />
Na busca de uma complementaridade, Eve vê em Chauncey uma possibilidade de relacionamento amoroso. Enquanto Ben atribui à Chauncey um lugar simétrico, de um homem sábio, com quem pode conversar de igual para igual, inclusive podendo ser um futuro candidato a ser seu substituto.<br />
Ben trata deste assunto abertamente quando pede para que Chauncey e Eve compareçam ao evento social, acrescentando que já podia até ouvir os comentários a respeito de um possível relacionamento entre os dois, parecendo inclusive os encorajar a se envolverem.<br />
Nesta cena, pode-se perceber o significado analógico que dá real dimensão ao conteúdo proposto por Ben à Eve. Ele simplesmente afirma que sabe que ela simpatiza com Chauncey, mas a forma como isso é dito ultrapassa o conteúdo da comunicação digital.<br />
Sobretudo se observarmos o contexto e a pontuação das sequências comunicacionais, Ben só prossegue com sua proposta, por perceber na reação analógica de sua esposa, sua receptividade voltada para o novo hospede.<br />
Ainda no que tange a sutileza da comunicação analógica, observa-se que Chance percebe quando duas pessoas se portam de maneira diferenciada, mas não possui pré-requisitos para compreender que determinados comportamentos reservam-se a relações específicas.<br />
Ben convida seu hospede a participar da conversa com o presidente dos Estados Unidos. Mas antes se prepara para o encontro: usa maquiagem, abre mão da cadeira de rodas e faz questão de deixar o convidado a sua espera.<br />
Neste comportamento programado, podemos perceber que Ben procura comunicar conteúdos a Bobby por meio de sua apresentação pessoal e atraso. Mesmo tendo se preparado antecipadamente para o encontro, fez questão de deixar o outro a sua espera. Fato que é confidenciado à Chance, quando ele diz que deixar o outro esperando é uma forma de demonstrar poder.<br />
Diante da impossibilidade de não se comunicar, a mensagem é dada a partir do comportamento de se atrasar propositalmente ou de caminhar com os próprios pés e aparentar fisicamente (nem que seja por meio da maquiagem) estar melhor do que na realidade está.<br />
Quando Ben apresenta Chance a Bobby, este imita exatamente a forma como Ben e Bobby se cumprimentaram. Ambos são amigos de longa data e já dispõem de intimidade para apertarem mãos de maneira característica.<br />
Assim como na televisão, Chance repete este comportamento ao se apresentar ao presidente de maneira que poderia ser considerada invasiva. Apresenta-se e em seguida aperta suas mãos exatamente como visualizou Ben e Bobby o fazer minutos antes.<br />
Neste aspecto, as informações atreladas ao aperto de mão característico demarcam o tipo de relação que Ben tem com o presidente. Contudo, Chance não tinha condições de discernir que alguns comportamentos se dão com pessoas com as quais se tem vínculo.<br />
Bobby escuta a respeito dos cuidados referentes à jardinagem de Chauncey e os interpreta como uma brilhante metáfora da vida política. Tais conselhos são seguidos e parafraseados pelo próprio presidente.<br />
Ben enfatiza que Chauncey é muito sincero. Estando ao lado de Ben, Bobby logo dá um caráter positivo à suposta autenticidade de Chance.<br />
Pode-se concluir que aparentemente Chance não teve oportunidade de vivenciar vínculos significativos na vida, este fato necessariamente dificulta suas possibilidades de realizar uma leitura coerente da linguagem analógica.<br />
Ao aparecer na mídia Chauncey torna-se uma celebridade. Já Chance, devido às suas limitadas possibilitadas de interpretação, parece acreditar que todos realmente estão fascinados por seus relatos a respeito de jardinagem.<br />
Quando Chance é questionado pela imprensa com a pergunta: "_Que jornais você lê?". Ele responde: “_Eu não leio jornais". A repórter logo anuncia: "_Muitos homens não lêem jornal algum, mas apenas um teve coragem de admitir".<br />
Agentes federais e jornalistas pesquisam seu passado, sem encontrar dados a respeito da identidade de Chauncey Gardner. Presumem que teve seus arquivos apagados pela CIA e FBI, visto que oficialmente ele não existe.<br />
Devido ao interesse de pessoas influentes em Chance, sequer cogitam a possibilidade do personagem ser realmente aquilo que ele diz ser: um jardineiro falando de plantas.<br />
Quando os agentes federais entram em contato com um dos advogados que expulsaram Chance da mansão, este logo presume que Chauncey tivesse ligação com o dono da mansão, “<em>the old man</em>”, como Chance o chamava. Concluindo que aquele homem certamente estaria na casa investigando e que ele teria os enganado muito bem ao se fazer passar por jardineiro.<br />
Sem falar no suspiro dado pela mulher que estava com o advogado no momento em que eles vêem Chauncey na televisão. Parece que este personagem é capaz de trazer a tona emoção e conteúdos dos outros, justamente pela sua aparente lacuna, possibilitando que o outro escute ou veja aquilo que gostaria por meio do personagem Chance.<br />
Conclui-se que a comunicação parece tão falha e Chauncey permanece por tanto tempo e sustenta este lugar que lhe é dado, justamente pela incidência de lapsos na compreensão do comportamento analógico e digital. </div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-31267716041122435222017-08-28T15:26:00.000-03:002017-08-28T15:26:02.716-03:00Um bom pai é aquele que nos permite desejar!<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX4e4aAhk9z3ITZdJeXV_XqfUtC_qftkTctSos4un2nElUEIFyVlZtaqCpo9jopDna883FMaO1deH5r44-5e3HhYGvgTResDHLp6-NfuO2tQTVWs3bBfPXW-8F6DsnwlgpgRDKFTdy-xQ/s1600/pai_e_filha.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5502476414648797234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX4e4aAhk9z3ITZdJeXV_XqfUtC_qftkTctSos4un2nElUEIFyVlZtaqCpo9jopDna883FMaO1deH5r44-5e3HhYGvgTResDHLp6-NfuO2tQTVWs3bBfPXW-8F6DsnwlgpgRDKFTdy-xQ/s200/pai_e_filha.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 144px;" /></a>Dizem que é sentindo o frio da água que aprendemos a nadar...</div>
<div align="justify">
Pai e mãe acompanharam meus primeiros passos, mas sei que o principal responsável pelas minhas primeiras braçadas na água foi meu pai.</div>
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Minha mãe sempre teve mais de receio no que diz respeito ao ambiente aquático.</div>
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Meu pai, em contrapartida, sempre gostou de tudo que se relacione a água e transmitiu essa paixão aos seus filhos.</div>
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Desde muito cedo eu e meu irmão fomos encorajados a brincar na água, com a presença segura do meu pai</div>
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Apesar da água oferecer perigo, para mim, sempre remeteu a um referencial de segurança. Devo isso a meu pai.</div>
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Ele foi o responsável por permitir que desenvolvêssemos essa habilidade e conforto simplesmente partindo do princípio que poderíamos ir mais longe.<br />
Nadando no mar ou nos lagos, o aval dele sempre nos fazia crer que estaríamos seguros e amparados, pois ele estaria ali para nos proteger.<br />
Hoje, percebo que não tenho a mesma ingenuidade de antes. Sei que o mar pode ser perigoso, devendo ser respeitado.<br />
Atualmente, quando eu e meu pai nadamos juntos, até partilhamos uma insegurança ou outra no que diz respeito aos perigos que podemos encontrar nas águas.<br />
Mas de alguma forma, quando estou nadando, sinto sua presença ao meu lado. Sempre que preciso, recorro as minhas memórias de infância e me sinto segura, apesar de estar alerta, considerando os perigos que o mar também pode oferecer.<br />
Faço uma analogia com a própria vida, quando crianças precisamos acreditar que nosso pai "super herói", nos livrará de todo e qualquer mal. É importante ter a ilusão que estaremos sempre seguros.<br />
A medida que crescemos, percebemos que o pai não detém o controle de tudo. Mas mesmo assim nos aventuramos a ir mais longe, carregando o pai dentro da gente.<br />
Para mim, pai é aquele que encoraja e acaba incentivando a cair na água fria, mesmo que a mãe só deseje oferecer o aconchego do ninho quente.<br />
O pai permite que a gente queira ir mais longe, a função paterna nos possibilita desejar. Nos impulsionando a ir, nos autorizamos a querer sempre mais.<br />
Meu pai pode fazer isso muito bem. Portanto, posso chamá-lo de um bom pai!<br />
Liberando os filhos para dar braçadas pela vida, também possibilitou que a própria mãe investisse em seus projetos pessoais, encontrando outros interesses além dos filhos.<br />
Pai e mãe se complementam em seus papéis tão singulares. É certo que em alguns momentos estas funções se alternam. Recebemos ora carinho paterno ora um puxão de orelha materno.<br />
Mesmo adulta, é reconfortante ter o acolhimento no olhar da mãe e encontrar nas palavras do pai a possibilidade de encontrar um norte.<br />
Portanto, exalto neste dia dos pais, quão importante tem sido seu papel de acolhimento, de limite, de referencial seguro, que encoraja e ao mesmo tempo protege.<br />
<br /></div>
<div align="justify">
<strong>Os pais nos tiram do colo, mas nos dão todas as ferramentas para seguir com as próprias pernas e braços, em busca de um ofício e de um futuro lar para chamar de seu.</strong></div>
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<br /></div>
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Obrigada por nos transmitir tudo de melhor que tem dentro de si mesmo. </div>
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Somos exatamente como somos, por receber tudo que você (como nosso pai) pode nos ensinar, tanto por meio de palavras como a partir das vivências que tivemos contigo, seu modo de ser e de agir.</div>
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Somos um pouco de tudo aquilo que já amamos, por amar tanto, nos identificamos. </div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Meu pai, modelo de identificação, exemplo de amor. </span></em></div>
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</div>
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<em><span style="color: #000099;">Você me amou mesmo antes de eu nascer.</span></em></div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Quando vim a este mundo, aprendi a te amar também.</span></em></div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Você foi tão generoso, que me fez aprender a amar outras coisas...</span></em></div>
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<em><span style="color: #000099;"></span></em></div>
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<em><span style="color: #000099;"></span></em> </div>
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<em><span style="color: #000099;">Possibilitou que eu investisse também em pessoas, além de meus primeiros referenciais de amor.</span></em></div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Deixando-me traçar e percorrer minhas próprias trilhas, cuidou muito bem da minha mãe.</span></em></div>
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<br /></div>
<div align="justify">
<em><span style="color: #000099;">Provendo segurança para que eu pudesse ir conhecer o quê de bom poderia existir para mim no mundo.</span></em></div>
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<em><span style="color: #000099;"></span></em></div>
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<em><span style="color: #000099;"></span></em> </div>
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<em><span style="color: #000099;">Só assim posso a cada dia descobrir o quê da vida me satisfaz.</span></em></div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Ser pai é tudo isso! </span></em></div>
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<br /></div>
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<em><span style="color: #000099;">Sentir que o desejo existe e por isso permite que o filho possa desejar também!</span></em><br />
<br /></div>
<div align="justify">
<em><strong><span style="color: #3366ff;">Amo você meu pai Atilio, parabéns pelo seu dia!</span> </strong></em></div>
<div align="justify">
<em><strong><span style="color: #cc66cc;">Filha: "Carol Caracol"</span><span style="color: #ff99ff;"> </span></strong></em></div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-41390971246073916642017-08-28T15:25:00.004-03:002017-08-28T15:25:56.515-03:00Me deixar cortar<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga6tVXoTe7SWM6MoiaskCyqd-8uLn44-nrYuUhSpiiMH2SRxlAz_182ZlxwA92s7R4r4qY_CratHzSIDSY2I4Jh2pxtFgPdiLOEkarqMfvCU5X_mOE3VbHnIeME2Qgpw47c0La51FZmLE/s1600/podar-plantas.jpg"><span style="color: #009900;"><strong><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500571296156816914" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga6tVXoTe7SWM6MoiaskCyqd-8uLn44-nrYuUhSpiiMH2SRxlAz_182ZlxwA92s7R4r4qY_CratHzSIDSY2I4Jh2pxtFgPdiLOEkarqMfvCU5X_mOE3VbHnIeME2Qgpw47c0La51FZmLE/s200/podar-plantas.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 134px;" /></strong></span></a><span style="color: #009900;"><strong> </strong></span><em><span style="color: #009900;"><strong>"Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira".</strong></span> (</em>Cecília Meireles)<br />
<br />
... Estou aprendendo com a psicanálise a me deixar cortar e aceitar o fato de que não sou inteira.<br />
Nessa impossibilidade de inteireza, sinto-me mais confortável na condição de incompletude.</div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-80937159295410237892017-08-28T15:25:00.003-03:002017-08-28T15:25:49.314-03:00Sobre a resistência<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCg38_dL3BeKjjrInb9jUEoH1fwaUVfwnh1VeiOzFJu2OB3kSd7ymlf_swvxG4rjOSSw42aeqbEFyzlJ6ElN9TXobbzPsxp5lS29UqmjHWNzAWGuGEPDd3LNC_qZokCeFs9Biba-zh-Tw/s1600/desenho_menina_chorando.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500197986628380898" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCg38_dL3BeKjjrInb9jUEoH1fwaUVfwnh1VeiOzFJu2OB3kSd7ymlf_swvxG4rjOSSw42aeqbEFyzlJ6ElN9TXobbzPsxp5lS29UqmjHWNzAWGuGEPDd3LNC_qZokCeFs9Biba-zh-Tw/s200/desenho_menina_chorando.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 175px;" /></a> Desde que comecei a participar das vivências em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">psicomotricidade</span> relacional, sentia que muitos conteúdos eram <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">acessados</span>, tão intensamente quanto acontece quando estamos em análise, de forma até difícil de colocar em palavras.<br />
Pela quantidade de <em><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">posts</span></em> no blog sobre <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">psicomotridicade</span> relacional, não preciso nem dizer que estou realmente apaixonada por este método.<br />
Assim como eu, muitos de meus colegas da turma de pós-graduação.</div>
<div align="justify">
Durante as sessões de formação pessoal, faz-se o uso da comunicação <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">infraverbal</span>, ou seja, nos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">abstemos</span> da palavra, abrindo espaço para a linguagem <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">tônica</span>, quando procuramos nos fazer entender por meio de um diálogo essencialmente corporal.</div>
<div align="justify">
Contudo, quando volta-se a dar espaço para a palavra, a fala histérica aparece, gerando até certo desconforto, sobretudo quando algumas pessoas fazem das vivências, uma verdadeira sessão de análise própria.</div>
<div align="justify">
A fala <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">histriônica</span> esta <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">diretamente</span> ligada a estruturação da pessoa, sobretudo aquela de constituição psíquica aos moldes da neurose histérica. </div>
<div align="justify">
Nesse sentido, falar de si desenfreadamente funciona muito bem como forma de recalque, não necessariamente se implicando com o quê foi mobilizado.</div>
<div align="justify">
Falando sem cessar, a bela histérica inclusive encobre conteúdos inconscientes <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">significativos</span>, ou seja: resiste e recalca aquilo que insistentemente tentou emergir.</div>
<div align="justify">
O conteúdo inconsciente fica represado a medida que a pessoa traz em excesso conteúdos da vida pessoal, família ou trabalho. Contextos que até se articulam com o momento, mas APENAS para a pessoa.</div>
<div align="justify">
Apesar do coordenador pontuar muito bem: <em>"_Mas e AQUI, o quê você sentiu?"</em> </div>
<div align="justify">
(Sempre procurando dar ênfase ao momento.) </div>
<div align="justify">
Certamente por estar advertido que muito dos conteúdos relatados fora do contexto da vivência, normalmente estão justamente a favor da resistência.</div>
<div align="justify">
Como era de se esperar, nem sempre existe a possibilidade de atingir esta expectativa, que parece tão simples.<br />
E aí o raciocínio lógico se impõe, confundindo aquilo que poderia ser elaborado.</div>
<div align="justify">
Podemos até reconhecer que a produção intelectual como uma delas. Para os obsessivos de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">carteirinha</span>. Muito prazer.</div>
<div align="justify">
Portanto, não se trata de fazer julgamentos. Isso seria um equívoco. </div>
<div align="justify">
Neste contexto pretende-se compreender como poderíamos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">possibilitar</span> que essa resistência não impedisse a própria pessoa que sustenta uma fala <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">verborréica</span> a serviço do atrapalho próprio e como <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">consequência</span> atrapalho <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">coletivo</span>.<br />
Não ao acaso, normalmente são as mesmas que falam, se repetem, até sem deixar espaço para contribuição de outras pessoas.<br />
O texto "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">Escutatória</span>" de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">Rubem</span> Alves, foi postado neste blog até como uma forma de procurar "falar" sobre esse assunto de forma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">indireta</span>.<br />
Encaminhei a todos os integrantes da turma e mencionei quão importante seria aprender ou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">refletir</span> sobre a possibilidade de falar, mas deixar falar, ou seja, saber ouvir.<br />
Funcionou? Claro que não! </div>
<div align="justify">
Recordo-me de uma fala do cantor <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">Oswaldo</span> Montenegro, que <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">compos</span> a música "O chato" inspirado em um amigo. Tamanha foi sua surpresa ao ouvir deste amigo que esta era A SUA favorita.</div>
<div align="justify">
O amigo do cantor estava correto, era dele mesmo. Chamamos isso de identificação. Quando temos um sintoma, o reconhecemos muito bem no outro, ou mesmo na produção artística. </div>
<div align="justify">
Mas daí a se implicar de verdade, é outra história.<br />
Análise de sintomas a parte... Tomei a iniciativa de escrever, provavelmente por estar incomodada com a fala fora do contexto de maneira excessiva (de uma minoria), mas sobretudo por perceber o seguinte:<br />
A desistência de algumas pessoas do curso de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">especialização</span> coincidiu com a exposição excessiva em um momento precoce.<br />
Ao observar este aspecto, recordei de uma das primeiras <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">supervisões</span> em introdução à clínica <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23">psicanalítica</span>, que tratava justamente de preservar a pessoa dela mesma.</div>
<div align="justify">
Pois muitas vezes estabelece-se uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">transferência</span> que leva a pessoa a falar... falar... e finalmente acaba por fugir da pessoa (ou grupo) para o qual falou.</div>
<div align="justify">
Justamente para nunca mais ter que se encontrar com aquilo que foi dito.<br />
Nesse sentido, é relevante saber quando se DEVE interromper.</div>
<div align="justify">
O corte deve visar o impedimento da pessoa falar em demasia a respeito de si mesma em um momento precoce, quando o vínculo ainda não está bem estabelecido.<br />
Emprestando esse preceito da linha <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">psicanalítica</span>, a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">psicomotricidade</span> relacional poderia vir a se beneficiar da interdição, não <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">correspondendo</span> a demanda da pessoa em colocar o grupo na condição de seu ouvinte a serviço do recalque.<br />
Chego a esta conclusão por presumir que um dos motivos que tenha levado alguns colegas a interromper essa formação se deva justamente para não se encontrar com aquilo que tinham exposto, em um momento de maior fragilidade, quando o conteúdo inconsciente saiu da repressão.<br />
O problema é que a pessoa fala para o grupo para poder se escutar, no momento em que isso acontece, ela se expõe. Podemos fazer uma metáfora com a sensação de colocar uma lanterna iluminando <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">invazivamente</span> aquilo que era cuidadosamente encoberto.<br />
Sabemos o quanto os mecanismos de defesa trabalham arduamente para fazer valer o mínimo de desgaste energético possível, nem que seja às custas de manter aquilo que dói bem guardado, ou seja, recalcado.<br />
Divido essas percepções em um momento bastante precoce de minha formação em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">psicomotricidade</span> relacional: enquanto aluna do curso de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">especialização</span>.<br />
É nesta condição que concluo que talvez seja uma estratégia interessante deixar que estas pessoas até falem algo fora do contexto do momento, relacionando à sua vida pessoal. Contudo apenas após algumas "sessões" ou "vivências". E com a ressalva de fazer valer o interdito sempre que necessário. Para o bem da própria pessoa e consequentemente do grupo. </div>
<div align="justify">
Em última instância, pode até ser que para evitar o encontro com o conteúdo exposto ao grupo, ocorra a desistência de um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">projeto</span>, no caso da <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">especialização</span>.<br />
Partindo do princípio que desistir da pós-graduação pode ser justamente uma manobra para evitar encontrar-se com o que foi relatado.<br />
Verifica-se nesse aspecto a <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_33">incidência</span> da RESISTÊNCIA. Resistimos o tempo todo, sem cessar.<br />
Portanto, barrar a pessoa, sobretudo nas primeiras vivências, seria um manejo interessante na medida que <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_34">possibilita</span> que o vínculo se estabeleça, se consolide junto ao grupo.<br />
Apenas neste momento, quem sabe depois de algum tempo de formação e parceria, até seja permitido o relato com maiores detalhes da intimidade da pessoa.<br />
Vale lembrar que essa é a contribuição de uma discente em formação.<br />
Minha pretensão neste texto é apenas articular minhas percepções do <em><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_35">setting</span></em> da <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_36">psicomotricidade</span> relacional à minha experiência <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_37">profissional</span> em psicanálise.</div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-90033816499592933472017-08-28T15:25:00.002-03:002017-08-28T15:25:30.162-03:00Uma articulação possível entre a Psicanálise e a Psicomotricidade Relacional<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpMHtdqoAuIqu-Weovi6huCqLHFS-6dVBgGUPlMbUYd2iiFzobL0zv4-kgL7UcUPL-lnqKxoQsDRH2H2xm9Unh2kXrjq051HQnbyGa1bcvCSip-Sy88t0FmhwvDCcrMZjYE9GICzzUToM/s1600/freud-2.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5487475510822185506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpMHtdqoAuIqu-Weovi6huCqLHFS-6dVBgGUPlMbUYd2iiFzobL0zv4-kgL7UcUPL-lnqKxoQsDRH2H2xm9Unh2kXrjq051HQnbyGa1bcvCSip-Sy88t0FmhwvDCcrMZjYE9GICzzUToM/s200/freud-2.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 115px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 94px;" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhcaoqPu_4bSVfKpBB134l2RwES7lgvlA38ivYJqTQZq2ApJDnnzISAnUk6PRU90LRdXV4ArBjpW3_n23DX_vHJVdVH-9X7Xy4xmmh-eDbHCfsq56UB7wBbXGyFJPJU8_f3urJk6b5JiY/s1600/andre+lapierre.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5487475603542040450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhcaoqPu_4bSVfKpBB134l2RwES7lgvlA38ivYJqTQZq2ApJDnnzISAnUk6PRU90LRdXV4ArBjpW3_n23DX_vHJVdVH-9X7Xy4xmmh-eDbHCfsq56UB7wBbXGyFJPJU8_f3urJk6b5JiY/s200/andre+lapierre.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 118px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 88px;" /></a>Conforme mencionado em: <em>Da psicomotricidade Relacional à Análise Corporal da Relação</em>: Gênese de uma terapia, André Lapierre fez uso da teoria psicanalítica, especialmente a freudiana, para dar embasamento teórico à prática criada.<br />
É relevante observar o contexto em que o didata André Lapierre estruturou essa modalidade de intervenção, momento em que a maioria dos profissionais da área “psi”, tinham a tendência em diagnosticar, impondo um saber psiquiátrico que poderia vir a rotular a criança. Ao passo que pouco se ofertava no sentido de proporcionar uma orientação à equipe pedagógica ou intervenção junto à criança que apresentava dificuldades.<br />
Sabemos da importância conferida à ciência, sobretudo há meio século. O saber médico inquestionável, definindo o limite entre a normalidade e a loucura. Freud, inclusive precisou romper com o paradigma da neurologia da época ao introduzir a idéia de causas não evolutivas, situando a sexualidade infantil na constituição psíquica.<br />
Em<em> O adulto diante da criança de 0 a 3 anos</em>, Anne e André Lapierre relatam o trabalho pioneiro em psicomotricidade relacional, cujos métodos possibilitaram a construção de um caminho capaz de conferir uma saída possível para certas crianças. Ficando evidente a importância da articulação do aparato teórico psicanalítico, dando sustentação à prática da psicomotricidade relacional.<br />
A partir da aparentemente brincadeira livre e espontânea na companhia de adultos, propicia-se um espaço capaz de trazer a tona conteúdos inconscientes importantes.<br />
Os conceitos freudianos situam o inconsciente como o lugar das representações.<br />
Lacan, autor que faz retorno a Freud, propõe o inconsciente estruturado enquanto linguagem. O recalque, operação que confere a divisão psíquica, se refere a inscrição do objeto enquanto perdido, chamado de objeto <em>a</em>.<br />
De acordo com a psicanálise freudiana, o inconsciente tem como característica a condensação e o deslocamento, forma pelo qual o conteúdo investido de energia pulsional pode retornar a consciência de maneira disfarçada, passando pela censura.<br />
Inicialmente, Freud faz referência à sua topografia, dando uma dimensão de lugar para o inconsciente, pré-consciente e consciente. Ressaltando que o inconsciente não tem acesso ao consciente, se não por disfarce.<br />
Na segunda tópica, propõe a noção de estrutura do aparelho psíquico. Onde o isso, eu e supereu estão separados por duas censuras.<br />
O<em> isso</em> funciona a partir do princípio do prazer, representando o lugar das pulsões. O <em>eu</em> opera de acordo com o princípio da realidade, utilizando-se dos mecanismos de defesa, para regular o conflito entre as pulsões e exigência da realidade externa. Enquanto o <em>supereu</em>, o herdeiro do complexo de Édipo, advindo das marcas constituídas a partir das relações, internaliza as proibições impostas pela realidade exterior.<br />
A partir da ação do recalque, o inconsciente é investido por representações da pulsão, que operam marcas no sujeito. Essas marcas são impressas pelo investimento do Outro materno, capaz de demarcar o destino da criança.<br />
A teoria psicanalítica faz uma leitura do ser humano como alguém que já possui uma história singular antes mesmo de existir. Reconhecendo que um filho só vem ao mundo se foi desejado pelo casal. A criança passa a ter um lugar único no discurso de cada membro da família e aos poucos, vai se identificando com aquilo que os outros dizem que ela é.<br />
A demanda do Outro Primordial na vida do <em>infans</em> é condição para que se estruture enquanto sujeito. O bebê precisa ser tomado como objeto de desejo da mãe ou pessoa capaz de realizar a função materna e ser capturado por esse olhar que o enlaça e concede uma possibilidade de constituição de um “eu” para o futuro sujeito.<br />
A construção do corpo se desenvolve a medida que o filho é capturado pela imago parental, possibilitando que encontre um significante que o represente. Portanto, a constituição do psiquismo se inicia a partir das primeiras ligações com o psiquismo materno.<br />
Inicialmente, é preciso que alguém tire a criança da homeostase, pois a tendência é a manutenção mínima de excitação. No processo primário, alucina-se o objeto de satisfação; no processo secundário, a partir da fantasia opera a realização da satisfação de modo mais simbolizado. Tanto o processo primário quanto secundário visam a redução de tensão.<br />
O princípio do prazer precisa dar lugar ao princípio da realidade, a partir de investimentos representativos e estáveis. Os constructos freudianos apontam para a libidinização do bebê como sendo essencial ao narcisismo originário, quando a criança pode tomar-se como objeto de amor.<br />
No primeiro tempo edípico ocorre a identificação com o objeto de desejo da mãe. Tempo onde o circuito pulsional é marcado pela busca do objeto oral, quando o bebê ativamente apodera-se, seja do seio ou da mamadeira.<br />
No segundo tempo, chamado de passivo, o bebê erotizando-se, confere prazer a si mesmo, passando pela experiência alucinatória. No terceiro tempo, reflexivo, ocorre o fechamento do circuito pulsional. Com a repetição, a criança pode ocupar o lugar de um sujeito da pulsão assujeitado ao outro.<br />
Visto que a pulsão não tem um objeto que a represente, estará sempre se reinventando, podendo se representar a partir de: inversão em seu contrário (sadismo em masoquismo, transformação de amor em ódio); reversão para a própria pessoa (masoquismo originário); recalque (afastamento do consciente para o inconsciente); sublimação (desvio da pulsão sexual para objetos não sexuais, como a criação intelectual).<br />
A psicanálise lacaniana aponta a inscrição do desejo materno, a forma como a mãe maneja as zonas erógenas no corpo da criança, como porta de entrada de seu universo simbólico. Processo que se articula com a construção do romance familiar da criança.<br />
É essencial que o filho se aliene no desejo do outro, mas que também se separe, movimento demarcado pela inscrição da castração, ou seja, da falta.<br />
Para que a criança possa se diferenciar do outro materno, a mãe precisa poder ir e vir, podendo desejar outras coisas que não o bebê.<br />
Desta forma, a falta se inscreve, a criança perde o lugar de falo, realiza o luto da perda de ser o representante do objeto de gozo da mãe e passa a operar com sua fantasia.<br />
Quanto a isso, Lapierre (2005) afirma que quando a criança percebe-se diferenciada do corpo da mãe, encontra-se com a falta e sensação de perda, mas o outro já existe à distância.<br />
"A separação dos corpos vai tornar impossível essa união no contato tônico direto, vai obrigar o encontro de outros meios substitutivos, simbólicos, para reestabelecer o "contato" com o outro.” (LAPIERRE, 2005, p.43)<br />
O contato com o outro, será mediado pela forma como o sujeito organizou sua relação com a falta, ou seja, com o significante originário que encontrou para dar um ser para si e as possibilidades de deslizamento em sua cadeia metonímica.<br />
Portanto, as relações são permeadas pela linguagem que tem representações únicas para cada sujeito, mas podem ser identificadas a partir das estruturas que demarcam a forma como cada sujeito se relaciona com sua forma de gozar.<br />
O diagnóstico diferencial permite a identificação da organização do sujeito com o mundo. Instrumento de suma importância para o profissional. Sobretudo, no que tange a criança cuja faixa etária ainda é de constituição psíquica, possibilitando a detecção de pautas autistas ou perversas que poderiam vir a se cristalizar, determinando uma possível estruturação.<br />
Na neurose, a criança é marcada pelo investimento materno enquanto falo, quando a pessoa responsável pela realização da função materna pode tomar a criança como objeto de desejo.<br />
Contudo, é importante que esse Outro Primordial também possa desejar outras coisas, possibilitando que a criança passe pela privação e frustração, ofertando tanto sua presença quanto ausência, permitindo que a criança se encontre com a angústia de castração. Operação que marca a simbolização da castração sob forma de recalque, conferindo à submissão a lei.<br />
Quando a criança é tomada enquanto falo, pode investir essa carga pulsional erogeinizada tomando-se enquanto objeto de amor, mas pode trocar de objeto, passando pelo processo secundário. A travessia edípica fecha o terceiro tempo através da metáfora paterna, quando há a renúncia da pulsão para viver em sociedade, interditando o real e fazendo trocas de objeto, operando de modo simbólico.<br />
Na neurose, o sujeito pode ter um caráter racional ou histriônico, ora operando aos moldes obsessivos, ora histéricos. Havendo a operação de condensação e deslocamento do material recalcado, a fala é de cunho metafórico.<br />
Na psicose a fala é de cunho literal, uma vez que o sentido é real, devido a ausência da operação da metáfora paterna. Ao se deparar com a angústia de castração, o sujeito produz o rechaço. Não podendo investir em nada ou ninguém que não ele mesmo, toma-se como objeto de amor. Os elementos inconscientes parecem retornar de fora para dentro, se externalizando a partir dos fenômenos elementares. No grupo das psicoses, a psicanálise situa a esquizofrenia e a melancolia.<br />
Na perversão, a criança é investida unicamente como falo, o Outro Primordial não permite que o sujeito saia desta condição, a medida que não dá lugar a entrada do terceiro, capaz de salvar a criança do gozo mortífero da mãe. Sem a arbitrariedade materna, a criança acredita ser o objeto de desejo da mãe, e não apenas um dos objetos que a satisfaz. Neste molde de estruturação, a criança aceita a castração, muito embora a renegue. Diante do impossível do objeto, desmente a falta transgredindo a lei, ao passo que constrói a ilusão imaginária de que para ele tudo será possível.<br />
É relevante considerar o modo de posicionamento do sujeito perante o drama universal da castração, uma vez que podemos nos deparar com traços perversos no ser humano ou mesmo sociedade.<br />
Podemos detectar alguns traços perversos na sociedade que coloca como imperativo que o sujeito goze o tempo todo, propondo inclusive soluções químicas para problemas psíquicos. No mercado, encontram-se as drogas lícitas e ilícitas. A toxicomania ganha força à medida que se propõe a suprimir a relação do sujeito com a própria falta, operação que tende ao fracasso.<br />
Verificamos a imposição da medicalização, criando uma demanda com o próprio excesso de oferta, impondo a recusa a qualquer estado de depressão, como se vivenciar a tristeza fosse algo a ser evitado, inclusive quando existe um luto a ser elaborado. Muitas vezes tomando a melancolia e a depressão como se fossem sinônimos.<br />
É nessa sociedade atual, com pautas perversas, que o psicomotricista relacional se propõe a atuar, com crianças que adoecem precocemente para dar significado à falta de um sentido parental. Uma escuta afinada deve considerar tanto a criança quanto seus pais, visto que uma dificuldade em seu corpo pode se articular ao sintoma de seus pais. Portanto, observar o contexto familiar e social que a criança está inserida, é fundamental para que a linguagem corporal da criança possa ser decifrada.<br />
O <em>setting</em> da psicomotricidade relacional transcorre de forma propositalmente desestruturada, mas deve haver comprometimento com a escuta genuína da criança, pois elas têm conteúdos importantes a comunicar, pela linguagem verbal ou corporal. Nesse contexto, os profissionais devem estar implicados com os objetivos propostos desta prática: tanto ao interpretar a linguagem do corpo quanto ao se preocupar com a leitura do que as crianças podem denunciar a partir do comportamento observado nas relações com outras crianças e adultos.<br />
Considerando o posicionamento da criança frente às demandas do outro, sua idade lógica e cronológica, contexto familiar e social, propõe-se a realização de um diagnóstico diferencial capaz de conferir intervenções diretamente relacionadas às suas necessidades.<br />
Lapierre (2005) menciona a importância do posicionamento do adulto frente à criança, conferindo-lhe um lugar diferente do que costuma receber. Como conseqüência, ela mesma poderá buscar junto aos seus familiares esta nova modalidade de relação, podendo inclusive operar mudanças significativas em seu meio familiar, visto que pode sair da posição sintomática onde era convocada a ocupar.<br />
Nos casos em que a criança encontra-se alienada em si mesma, mas ainda aceita ser tomada como objeto de desejo do outro, há possibilidades de uma resposta frente ao enlaçamento via olhar e desejo do Outro. Ou ainda, no caso de crianças que recusam a lei, mas ainda tem condições de equacionar a operação da castração, podem sair do imperativo que não confere outra possibilidade se não a de gozar a qualquer preço.<br />
No que tange as estruturas já definidas, é relevante considerar a condição de cada sujeito, relacionando-se e intervindo de acordo com a compreensão do profissional perante determinada constituição psíquica. Na maioria dos casos, há possibilidades da promoção de mudanças subjetivas importantes, contanto que esta ética seja respeitada.<br />
O anexo “relacional” da psicomotricidade confere status privilegiado à relação entre criança e adulto. Ou como nomeia a psicanálise lacaniana: o infans e Outro Primordial. É relevante reconhecer que se a criança demonstra dificuldades ao se relacionar com o outro, existe outra via de estruturação psíquica possível, desde que antes dos seis anos de idade.<br />
Nesse sentido, a psicomotricidade relacional pode ter o privilégio de realizar a detecção precoce, endereçando alguns casos a um psicólogo ou outros profissionais da Instituição onde atua, mas também fazendo uso de seu setting de trabalho, acolhendo a demanda da criança e pontuando a partir da linguagem corporal.<br />
A partir da linguagem simbólica do corpo, a psicomotricidade relacional pode funcionar como uma ferramenta capaz de atuar em creches e escolas, podendo acessar o infans ainda em fase de estruturação psíquica, portanto, passível de mudanças significativas.<br />
Portanto, a compreensão dos efeitos do outro na subjetivação da criança é condição sine qua non, para atuar frente a uma clientela que também pode fazer uma demanda, que pode ser acolhida pelo profissional que atua nas Instituições com este propósito de prevenção e em alguns casos, também de reabilitação.<br />
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REFERÊNCIAS<br />
<br />
LAPIERRE, A. <em>Da psicomotricidade relacional à análise corporal da relação</em>: gênese de uma terapia. Curitiba: UFPR - CIAR, 2002.<br />
<br />
LAPIERRE, A. & LAPIERRE, A. <em>O adulto diante da criança de 0 a 3 anos</em>: psicomotricidade relacional e formação da personalidade. Curitiba: UFPR-CIAR, 2005. </div>
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Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-49195559030026795602017-08-28T15:25:00.001-03:002017-08-28T15:25:20.460-03:00Boa criança má<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglWUCeI_91I6NHzW0A4XbsjtQFi9WpF_Dw9BXxxnxAfVtA7Y3MFk_XDa7CCHWvRHi4uGEy3U2sW2fPvKhd4Ri4Dscjf1Y8MzlkP6Kf5ziyVsSUhkaNHowW6y5sPvvhCp22DfBw1LS3wvY/s1600/menina3a4.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485643961482838050" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglWUCeI_91I6NHzW0A4XbsjtQFi9WpF_Dw9BXxxnxAfVtA7Y3MFk_XDa7CCHWvRHi4uGEy3U2sW2fPvKhd4Ri4Dscjf1Y8MzlkP6Kf5ziyVsSUhkaNHowW6y5sPvvhCp22DfBw1LS3wvY/s320/menina3a4.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 252px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 263px;" /></a>Não sou uma criança boa<br />
Seria mentira dizer que<br />
Sou aceita e querida por todos<br />
Tenho certeza que<br />
Deve haver uma razão<br />
Sinto dentro de mim que<br />
Não sinto amor<br />
Nem me atrevo a afirmar que<br />
Acredito que os colegas de classe me querem bem<br />
Sinto a cada dia que passa que<br />
Nunca tive um lugar na minha família<br />
Não ousaria dizer que<br />
Sou boazinha<br />
Preciso dizer a verdade!<br />
Todos pensam que represento apenas a maldade...<br />
<br />
<br />
Agora leia o poema de <em>baixo para cima</em> e perceba o contraste de tais afirmações. Após a leitura, veja a conclusão na seqüência.<br />
<br />
<br />
Este poema foi inspirado no estilo de escrita de Cecília Meirelles.<br />
<br />
Os poetas podem expressar a partir da arte o duplo sentido que as palavras podem conter.<br />
<br />
Constantemente, nos denunciamos a partir de atos que nos desmentem, os chistes e atos falhos são exemplos que presentificam conteúdos inconscientes.<br />
<br />
Ou mesmo gestos que fazem menção a outra coisa, apesar de dizermos conscientemente justamente o contrário.<br />
<br />
Sabemos que o amor esta atrelado ao ódio.<br />
<br />
O bom contém em parte, o ruim.<br />
<br />
Só sabemos que a vida pode ser doce, se em algum momento experimentamos o amargo.<br />
<br />
Não há prazer sem sofrimento.<br />
<br />
Nem mesmo crescimento sem dor ou luto do que já se foi.<br />
<br />
A criança tida como malvada, pode estar fazendo um pedido de afeto.<br />
<br />
Enquanto aquela que é tida como boa, pode estar se auto-agredindo a medida que nega seu próprio desejo.<br />
<br />
As polaridades exacerbadas tendem a chamar atenção.<br />
<br />
Nem tão bom, nem tão mal.<br />
<br />
Precisamos da agressividade, muitas vezes interpretada como maldade, para se auto-afirmar, competir, ir de encontro aos ideais.<br />
<br />
Ninguém disse que seria uma tarefa simples encontrar-se com o desejo.<br />
<br />
A bondade excessiva também é preocupante, pois nos deparamos com pequenos sujeitos que já não se dão o direito de se deixar levar pelo princípio do prazer, tamanha a severidade do supereu, aquela voz interna severa que não se permite desejar.<br />
<br />
O princípio do prazer é tão essencial aos seres humanos quanto o princípio da realidade.<br />
<br />
Não se trata de fazer uma exaltação ao comportamento perverso, tão pouco a permissividade.<br />
<br />
Mas que a bondade e maldade possam se representar na justa medida.<br />
<br />
Portanto, que cada um de nós saiba se encontrar com a criança boa e má que nos habita, sempre que necessário.Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-72007734679354439092017-08-28T15:25:00.000-03:002017-08-28T15:25:12.667-03:00A Sereia de Curitiba (Por: Rhys Hughes)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij2Z2aJm60B3v2afSxWu4lLAaeFoo9Mfl2B2bCEroS8YoEWEToqtnD36U8LKjsp8dD69szFgqWQMkq2Z8n4hofxn0t0dWJtJ4Al77U0DzCY1R3BWbs_OLc4u9Ly8BJw2QD75lgCRY7qys/s1600-h/sereia_capa4.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426216421745888690" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij2Z2aJm60B3v2afSxWu4lLAaeFoo9Mfl2B2bCEroS8YoEWEToqtnD36U8LKjsp8dD69szFgqWQMkq2Z8n4hofxn0t0dWJtJ4Al77U0DzCY1R3BWbs_OLc4u9Ly8BJw2QD75lgCRY7qys/s400/sereia_capa4.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 356px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 287px;" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
________________________________________________<br />
<strong>http://www.livrosdeareia.com/livros_Sereia.htm</strong><br />
<br />
Título : A sereia de Curitiba <br />
Título original : Mermaid of Curitiba <br />
Género : Fantástico / Humor / Contos <br />
Autor : Rhys Hughes <br />
Tradução : Safaa Dib <br />
Desenhos : Paulo Barros <br />
ISBN : 978-989-95178-8-2 <br />
Páginas : 170 <br />
Dimensões : 230 x 150 mm <br />
<br />
<strong>© Copyright 2005-2009 Livros de Areia Editores, Lda. Todos os direitos reservados.</strong><br />
________________________________________________<br />
De Curitiba ao Funchal, de Butrint a Streslau, das montanhas da Ásia Menor à Lua e de volta ao fundo dos mares tropicais: eis a rota desta alucinante aventura. Se a vida é um jogo, Rhys Hughes joga-a com o baralho da mais audaciosa fantasia, sob as regras de um humor absurdo e contagiante.<br />
_________________________________________________<br />
<strong>Sobre o autor: </strong><br />
<br />
Visitante assíduo de Portugal, Rhys Hughes foi-o também do Brasil, e é a este universo de lusofonia que ele presta homenagem neste livro que, como todos os deste autor, reserva uma surpresa: A Sereia de Curitiba foi escrito (em inglês) para ser publicado UNICAMENTE em português, sendo possivelmente o primeiro livro na História concebido de tal forma e com tal propósito. ¶ Mas outros marcos geográficos das suas viagens ao longo dos anos se reflectem nestas linhas: este é um atlas informal para os aventureiros, e para os que acreditam que o caminho que se faz no mundo (e que é o único) é também um caminho íntimo e pessoal.<br />
<br />
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<br />
Eu recomendo! ;-)Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-16668203594856241702017-08-28T15:24:00.000-03:002017-08-28T15:24:54.405-03:00PSICOLOGIA CLÍNICA, PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM, REABILITAÇÃO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2JxEqpenxCGQgqzWupcrqJl7Jffxs2-o3edzxiLu0v0mjsWzMH_aTw1o-ejzf8M501XpkTEFvKwxaIDuqZsZbDRpN8DvHzWYwmvwaKTvDS37IFkvoyepeXN3zpwTojmLWXfWmwGqKoSQ/s1600-h/Caroline_Moreira_-_folder.jpg"><img alt="" border="0" height="561" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5434501495143213682" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2JxEqpenxCGQgqzWupcrqJl7Jffxs2-o3edzxiLu0v0mjsWzMH_aTw1o-ejzf8M501XpkTEFvKwxaIDuqZsZbDRpN8DvHzWYwmvwaKTvDS37IFkvoyepeXN3zpwTojmLWXfWmwGqKoSQ/s640/Caroline_Moreira_-_folder.jpg" style="display: block; height: 359px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 409px;" width="640" /></a>Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-2955112302328450752017-08-16T15:51:00.004-03:002017-08-16T15:53:08.090-03:00ATENDIMENTO EM PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL PARA CRIANÇAS EM NITERÓI - RJ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l2 level1 lfo1; mso-outline-level: 4; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A Psicomotricidade
Relacional </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">é uma prática preventiva e também terapêutica, de mediação corporal,</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> que permite acessar motivações inconscientes que modulam o
comportamento humano</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> a partir de</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> brincadeiras passíveis de favorecer a
simbolização, organizando as experiências corporais da criança por meio da
relação com os outros e dos diferentes materiais postos a sua disposição.</span><b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esta metodologia
privilegia a comunicação não verbal, a leitura e decodificação do ato vivido
por meio do brincar</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">, da expressividade e de jogos simbólicos que
propiciam a descoberta de diferentes formas de comunicação, além de incentivar
o desenvolvimento</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> dos aspectos: cognitivo, social, afetivo e psicomotor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo2; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">OBJETIVOS:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Prevenir
dificuldades relacionais e de desenvolvimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Exercer
uma prática terapêutica no caso de dificuldades relacionais e de desenvolvimento
já instalados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Oportunizar
uma estruturação mais saudável da personalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estimular
posturas positivas frente a si mesmo, ao outro e ao mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo3; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">COMO ACONTECE:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
atendimentos são realizados preferencialmente em grupo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os grupos
são mistos e separados por faixa etária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
encontros são semanais, tem duração de 1 hora e acontecem sempre no mesmo horário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Antes dos
atendimentos com a criança é feita uma entrevista inicial com os pais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Periodicamente
são realizados encontros com os pais com a finalidade de acompanhar o processo
da criança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo2; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">POSSIBILITA:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Regulação das emoções;</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Melhor convivência da pessoa consigo, com os outros e com o
meio em que vive;</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Afirmação
da identidade;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ajuste
positivo da agressividade;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diminuição
dos níveis de ansiedade e estresse;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ampliação
das capacidades relacionais;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aceitação
e integração de limites;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estímulo
a autonomia;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Favorece
os vínculos afetivos;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Amplia a
capacidade criativa;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Promoção
do desenvolvimento psicomotor;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aumento
da capacidade para resolução de conflitos;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Imagem corporal
mais saudável;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Superação
da inibição e da timidez;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Elevação
da autoestima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo3; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Caroline
Moreira de Oliveira </span></b><b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Psicóloga
- CRP 05/52156<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pós-graduada
em psicologia clínica: abordagem psicanalítica pela PUCPR, especializada em
Psicomotricidade Relacional pelo CIAR: Centro Internacional de Análise
Relacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo3; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">CONTATO: </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">(21) 3286-4585</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> / (21)
980809530<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">psicomotricistacaroline@gmail.com<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo3; mso-outline-level: 5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; vertical-align: baseline;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;">
</span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">ENDEREÇO: Rua Mem de Sá,
167, sala 401, Icaraí, Niterói – RJ</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-65704752420199768542017-08-16T15:50:00.000-03:002017-08-16T15:53:18.477-03:00ATENDIMENTO EM PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL PARA CRIANÇAS EM NITERÓI - RJ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw26Tj2tAyc9q_XYAvwHVepwa84WCPDQvdMp-ZDS5TOaqZrzKuZcwOvSyqVBWBNdkBOpdYW9v2kJHCLfdE67lcJKt95v1Qzxh2gfPyq7BErDp_jI992nWJR4MDJ9IIDKtSsMK0NRUIHwo/s1600/panfleto+frente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1144" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw26Tj2tAyc9q_XYAvwHVepwa84WCPDQvdMp-ZDS5TOaqZrzKuZcwOvSyqVBWBNdkBOpdYW9v2kJHCLfdE67lcJKt95v1Qzxh2gfPyq7BErDp_jI992nWJR4MDJ9IIDKtSsMK0NRUIHwo/s320/panfleto+frente.jpg" width="228" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDs7_D3BrqwqQ4eAbu9la2g-dHE8N7bkV9ttBbWTXIuUrIoZHg7SAmznAWc-6-bAKbpX1pvbt90InykxJW7cuu2sDpA4CUdN8yV-uFwok_kO3MkruHzXgv7oI64MFAKNlonTEyxXZ4NJg/s1600/panfleto+verso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1144" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDs7_D3BrqwqQ4eAbu9la2g-dHE8N7bkV9ttBbWTXIuUrIoZHg7SAmznAWc-6-bAKbpX1pvbt90InykxJW7cuu2sDpA4CUdN8yV-uFwok_kO3MkruHzXgv7oI64MFAKNlonTEyxXZ4NJg/s320/panfleto+verso.jpg" width="228" /></a></div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-55974184867726447242014-05-07T18:27:00.001-03:002014-05-07T18:27:56.065-03:00Natureza feminina: decifra-me!<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFqE39xz-Qr1lE4vex-iK2KA_eHzkl55TncAYlY7Pn4H5jMEgHwxWFpRAW70lqm1k6ZcuEhLS9Nxi11lWoHWYPcmKF_32YqybdT9Od-SmsOihBfHcGLWNM9QsbPWhqTW-0vSulmBCCG_E/s1600/Silhueta+Feminina.png"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFqE39xz-Qr1lE4vex-iK2KA_eHzkl55TncAYlY7Pn4H5jMEgHwxWFpRAW70lqm1k6ZcuEhLS9Nxi11lWoHWYPcmKF_32YqybdT9Od-SmsOihBfHcGLWNM9QsbPWhqTW-0vSulmBCCG_E/s400/Silhueta+Feminina.png" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5709441037520162018" style="cursor: pointer; float: left; height: 104px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 74px;" /></a>Às vezes me pergunto se aquilo que nos inspira, também expira.<br />
Há momentos em que nos sentimos extasiados de inspiração e de repente, o prazo de validade daquilo que antes nos movia acaba.<br />
O desejo sempre desliza, não se fixa apenas em um objeto, é inapreensível. Temos a constante sensação de que a felicidade suprema é um bem inalcansável.<br />
De acordo com os constructos freudianos, o indivíduo visa a felicidade, muito embora crie barreiras para não atingi-la.<br />
<br />
"(...) enquanto estivermos imersos no mundo simbólico, enquanto pertenceremos a esse universo em que tudo assume mil e um sentidos, jamais chegaremos à plena satisfação do desejo, porque, daqui até à satisfação plena, estende-se um campo infinito, constituido de mil e um labirintos." (NASIO, 1993, p.38).<br />
<br />
Estou nesse labirinto que pode ser nomeado como tempo ou realidade, já dando margem a uma infinidade de interpretações...</div>
<div align="justify">
Sinto falta de um passado que nunca existiu (exatamente como eu lembro) e de um futuro que eu vislumbro estar por vir (e que jamais será todo como eu imagino).<br />
Meu presente está em algum lugar entre esses dois espaços e não importa o quanto eu ande, jamais posso o agarrar.<br />
Sentimento saudosista do que já passou, mas ficou.<br />
Esperança de encontrar em algum tempo um pouco daquilo que já se foi em meio à novas configurações, na minha realidade.<br />
Expectativa de que a vida me surpreenda, muito embora eu saiba que sempre temos alguma (ou toda) responsabilidade dos eventos que nos ocorrem, pois o desejamos, mesmo que de forma inconsciente, ainda que sem saber do próprio desejo.<br />
De certa forma, nosso futuro é só um espelho que reflete os pensamentos e atos do passado: do "tunel do tempo" de cada um e de todos aqueles que ora amamos ora odiamos, mas que sem dúvida, foram significantes o bastante para fazerem marcas e auxiliarem na construção de quem somos.<br />
O quê eu realmente penso? Não pode ser escrito.<br />
Prefiro jogar palavras ao vento e esperar que a natureza se encarregue de seu trajeto.<br />
Não me peça para ser direta, não estou pronta para me comprometer a esse ponto.<br />
Digo frases soltas e jogo questões enigmáticas, tendo a esperança de que você decodifique meus enigmas, pois eu também não tenho a resposta para as minhas perguntas.<br />
E quanto mais procuro me entender, menos certezas encontro.<br />
Os paradigmas fazem parte do meu passado, presente e futuro, pelo simples fato de que a minha natureza é feminina.<br />
<br />
<strong>REFERÊNCIA:</strong></div>
<div align="justify">
NASIO, J. D. <strong>Cinco Lições Sobre a Teoria de Jacques Lacan</strong>, Jorge Zahar, Rio de Janeiro: 1993.</div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-22912645300110802622014-05-07T18:27:00.000-03:002014-05-07T18:27:17.223-03:00Discussão do caso "O Homem dos Lobos"<div>
<div align="justify">
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV-Lhv30ZZ1W5j4jkZ6gLE4SgEn9xoSPJH9Q_dhXIOp5-rqSN0D9GZtqgDH3Gkoiiran_KMkInymL7kjQhrwUU747k_lXUgC4oQzxwYwhYZ9ftJQhdJ_wyDfDF3UwZzUWOBp7hIIMV0BI/s1600/associacao-psicanalitica-de-curitiba.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV-Lhv30ZZ1W5j4jkZ6gLE4SgEn9xoSPJH9Q_dhXIOp5-rqSN0D9GZtqgDH3Gkoiiran_KMkInymL7kjQhrwUU747k_lXUgC4oQzxwYwhYZ9ftJQhdJ_wyDfDF3UwZzUWOBp7hIIMV0BI/s320/associacao-psicanalitica-de-curitiba.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5726554549628284690" style="float: left; height: 90px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></a> CASO CLÍNICO: História de uma neurose infantil. “Homem dos Lobos”<br />
<br />
Capítulo IV – O sonho e a cena primária (FREUD, 1918).<br />
<br />
<em><strong>Caroline Moreira de Oliveira</strong></em><br />
O presente texto contempla o conteúdo do capítulo O sonho e a cena primária, do texto de 1918 de Freud: História de uma neurose infantil, utilizando-se de fragmentos que correspondem às interpretações freudianas, articulando ao conceito lacaniano de fantasma.<br />
De acordo com Freud (1976), o sonho possibilitou a ativação da cena primária, levando o paciente de volta à organização genital.<br />
Quando criança, Serguéi Pankejeff tinha medo da figura de um animal ereto conhecido apenas em histórias de contos. Mais tarde o livro foi identificado pelo próprio analisante como sendo: O lobo e os sete cabritinhos.<br />
Em análise, o jovem analisante relata a recordação de seu primeiro sonho de ansiedade, descreve seu medo ao avistar uma árvore em cujos galhos havia lobos brancos com orelhas empinadas e caldas de raposas. Os lobos o fitavam, quietos e imóveis em frente à janela.<br />
De acordo com Dunker (1996), no sonho havia lobos nos galhos da nogueira, sendo que um deles “olhava fixamente para o paciente que acorda sob efeito de angústia” (p.161). </div>
<br />
<br />
<br />
<div align="justify">
<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_lqKQv_L65K74sGdq27gMFV95Z1uauLsxumKQchjuku0saTSCMPmEfuF8KPsA4-PDnf1F-f34DgcYjWyT7SFUag1q6SdncVBXfjjlMzyAVpw4j3yD8xNCsy0i_uOTTn_mZrJnl7SIohw/s400/homem+dos+lobos.bmp" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5726554762893822850" style="display: block; height: 197px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 256px;" />Em posteriores associações, o jovem diria que esta árvore era na realidade uma árvore de Natal. Uma vez que a data do seu aniversário e do Natal coincidiam, pode precisar a idade de quatro anos quando teria tido este sonho. Por ser uma data de comemoração dupla, esperava receber presentes dobrados. Em seu sonho, os presentes foram substituídos por lobos, e o sentimento predominante era o medo de ser devorado pelo lobo, que segundo Freud, representava a figura paterna.<br />Freud (1976), afirma: “o lobo do qual tinha medo era, sem dúvida, seu pai; mas o medo do lobo era condicionado pelo fato de a criatura estar numa posição ereta” (p.52).<br />Quando o analista questiona a respeito de como os lobos teriam subido nas árvores, o jovem associa a uma história contada pelo avô, que faz alusão ao complexo de castração.<br /><br />A história dizia assim: um alfaiate estava sentado trabalhando em seu quarto, quando a janela se abriu e um lobo pulou para dentro. O alfaiate perseguiu-o com seu bastão – não (corrigiu-se), apanhou-o pela cauda e arrancou-a fora, de modo que o lobo fugiu correndo, aterrorizado. Algum tempo mais tarde, o alfaiate foi até a floresta subitamente viu uma alcatéia de lobos vindo em sua direção; então trepou numa árvore para fugir-lhes. A princípio, os lobos ficaram perplexos; mas o aleijado, que se achava entre eles e queria vingar-se do alfaiate, propôs que trepassem uns sobre os outros, até que o último pudesse apanhá-lo. Ele próprio – tratava-se de um animal velho e vigoroso – ficaria na base da pirâmide. Os lobos fizeram como ele sugerira, mas o alfaiate reconhecera o visitante a que havia castigado e de repente gritou, como fizera antes: “Apanhem o cinzendo pela calda!” O lobo sem rabo, aterrorizado pela recordação, correu, e todos os outros desmoronaram (FREUD, 1976, p.42-23).<br /><br />Freud (1976), aponta para o desconhecimento da cena e a deformação do material presente no sonho, tanto no que tange o medo da morte quanto o tema da castração.<br />O autor chama a atenção para o período em que o sonho foi sonhado, provavelmente aos quatro anos, período onde a criança começa a investigar questões referentes à sua origem e em um segundo momento, quanto à diferença sexual anatômica.<br />O sonho da cena primária possibilitou que o analisante atingisse uma nova fase de organização sexual. “Descobriu a vagina e o significado biológico do masculino e feminino. Compreendia agora que ativo era o mesmo que masculino, ao passo que passivo era o mesmo que feminino” (FREUD, 1976, p.57).<br />Freud (1976), aponta para a memória inconsciente do sonhador, que teria visto a cópula dos pais na idade de um ano e meio. Esta relação sexual teria ocorrido em circunstâncias não inteiramente habituais: a mulher curvada como um animal e o homem ereto.<br />Ao relatar tal lembrança da cena primária, inicialmente conferiu ao evento como sendo um ato de violência, contudo, a expressão da mãe de prazer desmentiu a impressão inicial, sendo retificada pelo reconhecimento de uma experiência prazerosa.<br />Tal lembrança remete a figura do lobo ereto, que sua irmã mostrava a ilustração da história: O lobo e os sete cabritinhos, figura que o amedrontava, possivelmente por remeter a memória inconsciente de seu pai ereto realizando a relação sexual a tergo com sua mãe.<br />O autor descreve a seqüência dos fatos por meio de reconstruções e fragmentos que se dá inicialmente por meio de uma vivência real, a observação do coito dos pais em uma posição de passividade ao observar a atividade dos pais, quando ele tinha a idade aproximada de um ano e meio.<br />E as conseqüências desta primeira impressão quando a criança consegue dar um significado ao que viu, na idade em que teve o sonho, aproximadamente quatro anos.<br />A partir disso, aparece o medo da castração, os problemas com a sexualidade e as fobias que tem a função de evitar o medo de algo terrível, o “receio” de ser devorado pelo pai. Como conseqüência, o medo do pai se transformou em fobia de lobos.<br /><br />Sua ansiedade era um repúdio do desejo de obter do pai satisfação sexual – tendência à qual se deve a formação do sonho na sua cabeça. A forma assumida pela ansiedade, o medo de ‘ser devorado pelo lobo’, era apenas a transposição (como saberemos, regressiva) do desejo de copular com o pai, isto é, de obter satisfação sexual do mesmo modo que sua mãe (FREUD, 1976, p.56).<br /><br />O analista aponta para a identificação do analisante com a mãe castrada e a dificuldade de se posicionar enquanto homem fálico na vida adulta.<br />Freud (1976), assinala que para uma apreciação mais adequada da fobia de lobos, deve-se reconhecer que tanto o pai quanto a mãe transformaram-se em lobos, muito embora a mãe ocupasse o lugar de lobo castrado e o pai de lobo fálico, o animal que subia e que portanto, posicionava-se de forma ereta, a posição ativa era o elemento causa de medo do analisante.<br />Enquanto criança vivenciava situações de uma posição de passividade, com propósitos masoquistas de ser castigado ou espancado. Ora desejava que seu pênis fosse tocado pela babá ora tentava provocar o pai até que o batesse.<br /><br />Seu objetivo sexual passivo, deve ter sido, então, transformado em feminino, expressando-se como ‘ser copulado pelo pai’, em vez de ‘ser por ele espancado nos genitais ou no traseiro’. Esse objetivo feminino, no entanto, sujeitou-se à repressão e foi obrigado a deixar-se substituir pelo medo do lobo” (FREUD, 1976, p.57).<br /><br />Para Dunker (1996), “o paciente se inclui na cena retendo a posição imediatamente anterior à construção da castração, isto é, a satisfação anal” (p.161).<br />Freud (1976), assinala que houve um efeito patogênico da cena primária e da alteração que a sua revivescência produziu no desenvolvimento sexual do paciente” (p.54).<br />O autor faz menção à vida erótica do jovem após a maturidade, ressaltando a “tendência a ataques compulsivos de paixão física, que surgiam e desapareciam, na mais desconcertante sucessão” (p.52).<br />Adiciona ainda, a condição atrelada ao seu amor compulsivo na vida adulta e a sua preferência pelo “coito efetuado por trás – more ferarum [a maneira dos animais]” (FREUD, 1976, p.52). Segundo o analista, este tipo postura era a única que lhe rendia algum prazer. Neste caso, a mulher precisava assumir a postura assumida por sua mãe. Possivelmente a sua satisfação sexual se dava pela sua projeção na mulher em uma posição passiva.<br /><br /><strong>DISCUSSÃO DO CASO</strong><br /><br />Freud toma enquanto analisante o jovem de vinte e poucos anos, Serguéi Pankejeff que descreve seus pensamentos de infância. Em análise ocorreram inúmeras associações relacionadas à fobia e seus sintomas, colaborando para a realização da teoria freudiana a respeito da angústia em torno do complexo da castração e a organização da vida sexual do sujeito envolvendo a cena primária, suas rememorações e possíveis retificações.<br />Dunker (1996), cita a concepção lacaniana que denota Serguéi Pankejeff tomado em seu fantasma.<br />“A construção de Freud caminha no sentido de que a cena primária, olhar a relação dos pais (ad tergo), significa a castração como perda do pênis ou por deslocamento, do rabo do lobo” (DUNKER, 1996, p.161).<br />De acordo com o autor, há um ponto de fixação no caso do Homem dos Lobos (1918), que aponta tanto para a analidade quanto para a pulsão escópica, podendo-se fazer uma distinção da fixação anal do fantasma escópico.<br />O fantasma pode ser identificado na História de uma neurose infantil (FREUD, 1918), como marcas inconscientes da estrutura psíquica do sujeito.<br />A infância é o período de formação de fantasma, o qual corresponde a uma frase iniciada pelos pais e construída pelo sujeito. Essa construção envolve a pergunta e a tentativa de resposta a três enigmas que fundam o fantasma do sujeito, questões relativas à existência, a sexualidade e a morte, elaboração que marca a organização genital do sujeito, o corpo pulsional e a forma singular como maneja sua libido.<br />Seguindo a leitura lacaniana, Dunker (1996), enumera as três dimensões do fantasma: simbólica, imaginária e real. O autor menciona a presença do fantasma como: “lugar de certeza quanto à consistência do Outro e sua demanda; articulador das relações entre prazer, satisfação e gozo; posição de retenção narcísica da identificação ao objeto” (p.164).<br />Evidencia-se a constituição do fantasma em torno da cena primitiva, demarcando também os posteriores sintomas do analisante e o manejo clínico empregado por Freud para conduzir esta análise.<br />Freud (1976), menciona as etapas de transformação do material, a cena primária, a história do lobo e o conto O lobo e os sete cabritinhos, como elementos constituintes da formação do sonho.<br />Assinando ainda o “desejo de obter do pai satisfação sexual – a compreensão de que a castração era uma condição necessária para isso – medo do pai” (p.53).<br />Concluindo que os sintomas eclodiram como uma formação do inconsciente e o sonho como representante do conflito edípico, pois para o analisante era inconcebível admitir o desejo pulsional erótico direcionado à figura paterna, encontrando na fobia uma tentativa de resolução de conflito psíquico.</div>
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<br /><strong>REFERÊNCIAS </strong><strong></strong></div>
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FREUD, S. (1918). História de uma neurose infantil. In: ______. <strong>Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud</strong>, vol.XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1976. </div>
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<br />DUNKER, C. <strong>Lacan e a clínica da interpretação</strong>. São Paulo: Hackers, 1996.</div>
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Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-52846061140088941472014-05-07T18:26:00.000-03:002014-05-07T18:26:28.699-03:00Notas pessoais sobre a maternidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTnR8yc1kRlJ58RVptyR3Doe5GB5lQppgOI3nCoGEysG89pYI_7E0OsCbS-9yzMMUJWmt6lNJoNNZy-LTb1-Io-qNL6S_q8wf8ShwM0OjMUDlaPeiEpNCpTSK5AeNlyJ4V5WFgH90tulI/s1600/fotos+lucas+por+sal+839.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTnR8yc1kRlJ58RVptyR3Doe5GB5lQppgOI3nCoGEysG89pYI_7E0OsCbS-9yzMMUJWmt6lNJoNNZy-LTb1-Io-qNL6S_q8wf8ShwM0OjMUDlaPeiEpNCpTSK5AeNlyJ4V5WFgH90tulI/s1600/fotos+lucas+por+sal+839.JPG" height="320" width="240" /></a><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">* Toda mulher deveria ter a coragem de encarar essa transformação!<br />* Se o fizer, saiba que como toda escolha, inclui ganhar _um serzinho maravilhoso_ que diz muito da mãe, do pai dele e das famílias materna e paterna e também perder.</span></div>
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<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">Tem-se que abrir mão do próprio narcisismo para enfrentar essa empreitada: maravilhosa, mas também cheia de surpresas com as quais jamais imaginou... Desde beijos jogados ao ar, às febres inusitadas.<br />* Você vai mudar! Seu casamento vai sofrer transformações permanentes e a relação com seu esposo também. O casal que dará o tom dessa transformação!<br />* Inicialmente saiba que a falta de sono e a própria mudança de "status": pai e mãe, já faz um rebuliço grande, mas nada que o tempo e a elaboração não acomodem.<br />* Não! Não tem como se preparar antes! Ler livros ajuda, mas não há uma cartilha que nos impeça de sentir certa dose de sofrimento com as mudanças ocorridas. Isso faz parte do processo de transformação e de crescimento.<br />* Antes do filho nascer, é muito difícil se imaginar abrindo mão de tudo aquilo que cremos ser parte constituinte do nosso ser: seja trabalho, estudos ou vida social. Mas quando o bebê chega e nos deparamos com tamanha fragilidade e necessidade de carinho, cuidado e afeto, não é difícil esquecer (mesmo que apenas inicialmente) da vida profissional e inclusive pessoal.<br />* É como se precisássemos abrir mão por um tempo de todos os outros papéis, para aprender a ser mãe. Muito está no nosso instinto, mas exige tempo e doação aprender a conhecer a cria e se deixar conhecer por ela.<br />* Antes do bebê nascer é comum nos imaginarmos dando conta de TUDO que fazíamos antes da maternidade, apenas somando o fato de que seremos também mães. </span></div>
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<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">* Natural não se imaginar abdicar do trabalho por um tempo ou dos passeios, jantares e vida social. Mas depois do parto, algo se transforma dentro da gente... É como se precisássemos de um tempo para elaborar psiquicamente todas as mudanças. É tanto aprendizado e tantos significados novos para administrar, que acabamos abrindo mão, mesmo que só por um tempo, não porque alguém pediu ou disse que TEM que ser assim, mas porque de fato, esse tempo é necessário. Não para o outro, mas para gente mesmo.</span></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">* Corpo: quando disse inicialmente que é preciso abrir mão do próprio narcisismo, implica em poder doar-se ao outro e saber que a partir da data da concepção, você jamais pensará apenas em si mesma. Desde o que ingere, enquanto o bebê ainda está no útero ou em fase de amamentação até como administra seu tempo ou se dá ao direito de ter prazer, depois que está maiorzinho. </span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">Mas o seu corpo pode voltar a forma e depois de um tempo é natural voltar a se sentir bonita e feminina, não apenas uma mamífera estilo Discovery Channel (como EU me senti no final da gestação e primeiros meses de amamentação).</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMAyVuqGPdNoaJ6JjUrJ-H_TsGhUOZdv4n8FkbxmBaKbe51kixlDkVH2mdzstuVDOaPRZdu749jkcevnLcGEEjKe5prBcYHacOlTZCcKrvVTBqpNOIHa03CbAr5ZCmB3ZpEwipmJyguog/s1600/Lucas+03.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMAyVuqGPdNoaJ6JjUrJ-H_TsGhUOZdv4n8FkbxmBaKbe51kixlDkVH2mdzstuVDOaPRZdu749jkcevnLcGEEjKe5prBcYHacOlTZCcKrvVTBqpNOIHa03CbAr5ZCmB3ZpEwipmJyguog/s1600/Lucas+03.jpg" height="240" width="320" /></a><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">Tentei desviar daquelas reflexões clichês, que tratam da maternidade de forma romanceada. Confirmo que os ditos populares são verdadeiros e concluo que as teorias de Psicologia e Psicanálise também. Então desvio dessas duas linhas, pois troca de experiência implica em relatar a própria subjetividade.<br />* No entanto, faço um adendo: A Psicanálise diz que quando nascemos, temos uma dívida com nossos pais, sempre me senti assim... E que essa dívida só é paga quando temos um filho. Quem se torna mãe ou pai entende o porquê.<br />* Outro adendo clichê: sim, vale muito a pena! O ser humano é o animal que dá mais trabalho para criar e no entanto, governa o mundo! Então, isso já diz muita coisa.<br />* Voltando as notas: você vai descobrir uma força interior que nem sabia que existia!<br />Talvez essa energia, depois de circular, digo: sair da relação mãe e filho, pode ser recanalizada de maneira produtiva no trabalho. Parto do pré-suposto que a maternidade deixa as mulheres mais confiantes e decididas. Quer potência maior que gerar vida dentro do próprio útero?<br />* Curiosidades: Você pode virar uma verdadeira Leoa! Esse é um efeito colateral da maternidade... Vez ou outra vai se pegar amaldiçoando os vizinhos que chegaram de salto alto, arrastando cadeiras às 3 hrs da manhã e acordaram seu filho. Você vai brigar mesmo com aqueles que você ama, por motivos aparentemente banais e eles vão te entender.<br />* Para quem pretende ser mãe: prepare-se! A vida está prestes a virar de ponta cabeça e não se surpreenda se você gostar! Pense que é uma chance em um milhão de se reinventar, sendo a mesma pessoa, mas vendo a vida sob uma ótica completamente diferente! </span></div>
Psic.Caroline Moreira de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/13328519081352786941noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2361222593338029693.post-4351603375252263492011-06-12T18:29:00.000-03:002014-05-07T18:31:04.176-03:00Dia dos Namorados<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg324ol4zyluhIYo4uRlqhBP2pJbO0O1gFuMEUtKOLAKgDro4lFsMSoKW4s7TYlGDmJh0Un2e7it3B78aiTsRAovVF_4hHWrTH5_AF4SN93sEUBO7T-5vWxLwUmh0vE2_lVzWR6sAjmuFY/s1600/m%25C3%25A3ocora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg324ol4zyluhIYo4uRlqhBP2pJbO0O1gFuMEUtKOLAKgDro4lFsMSoKW4s7TYlGDmJh0Un2e7it3B78aiTsRAovVF_4hHWrTH5_AF4SN93sEUBO7T-5vWxLwUmh0vE2_lVzWR6sAjmuFY/s200/m%25C3%25A3ocora%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5617065266774932434" style="float: left; height: 163px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></a><strong><em>Data para celebrar <span style="color: red;">encontros</span>, apesar dos desencontros.</em></strong><br />
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O dia dos namorados é um ritual de celebração, onde os casais reafirmam a si mesmo e ao parceiro os sentimentos atribuídos a relação.<br />
Assim como em outras datas comemorativas, como natal e aniversário, acaba sendo um dia propício a reflexão tanto de quem está em um relacionamento quanto daqueles que gostariam de ter um parceiro.<br />
Carlos Drummond de Andrade afirma que não ter namorado é sinônimo de tirar férias não remuneradas de si mesmo. Para o escritor, só não tem um amor quem não sabe o gosto de namorar.<br />
Atualmente homens e mulheres procuram análise, muito embora com queixas distintas. Quanto a este aspecto, existe uma espécie de paradoxo entre o desejar e a possibilidade de se colocar enquanto objeto de desejo do outro.<br />
Percebe-se que o lugar reservado a mulher e aos homens vem sofrendo mudanças, se antes cabia as mulheres se fazer de semblante para provocar o desejo no homem, atualmente observa-se uma inversão.<br />
As mulheres bem poderiam dizer que as flechas do lendário cúpido devem estar vindo com defeito de fábrica, porque apesar de suas frustradas tentativas, encontram dificuldades em encontrar o alvo ideal.<br />
Aí apelam para Santo Antônio, endereçando outra espécie de reclamação, sem parar para refletir se o problema não está no alvo, nas fechas ou cúpido, mas de quem ocupa a posição de arqueiro.<br />
Os homens, recebendo flechadas das mulheres, confessam não saber o quê fazer para tomar estas mulheres, tão decididas de seu alvo, enquanto objeto de desejo.<br />
Como se envolver emocionalmente e desejar uma mulher que se entrega de bandeja enunciando seu desejo sexual de forma a agir como se fosse um homem?<br />
Esta atuação aponta para uma posição explícita de desejante que até então era exclusiva do homem. Como conseqüência os afasta pela própria impossibilidade da mulher se posicionar enquanto amada.<br />
Com esta inversão, o sexo feminino cada vez mais revestido de potência fálica, priva o sexo oposto de todo processo da conquista, que possibilitaria que o homem pudesse vir a se envolver emocionalmente, praticando a ação do verbo amar enquanto o sujeito e não objeto.<br />
No século XXI, observa-se a minimização das diferenças entre homens e mulheres. KEHL (1997), discorre a respeito desta inversão, afirmando que a distância entre os sexos encontra-se no limite da mínima diferença.<br />
A partir da emancipação sexual feminina, as mulheres expressam seu desejo, conquistando um espaço que antes era próprio do universo masculino. Tateando um novo território, buscam cultura, independência financeira, possibilidade de escolha sexual e quantos relacionamentos forem necessários na busca de encontrar o parceiro ideal.<br />
É importante lembrar que a busca de atributos fálicos da mulher se articula a uma tentativa de incrementar a função de sua feminilidade, justamente para ser mais digna do amor do homem, mas nem sempre este plano triunfa.<br />
Enquanto as mulheres almejam ser amadas e desejadas, buscando sucesso profissional e intelectual como incrementos para sua feminilidade e poder de conquista. O homem indaga-se como desejar uma mulher que revela seu desejo de forma tão explícita. Sem a tarefa da conquista, o desejo fica sem espaço, provocando uma série de repetidos desencontros.<br />
Diante desta corriqueira repetição, escutamos a frase: <em>“_A fila anda”.</em> Como se o problema estivesse na escolha do parceiro eleito, convencendo-se de que o próximo será capaz de compreendê-la e amá-la tal como sempre idealizou. Este plano é intangível, especialmente por ser essencialmente imaginário.<br />
A fila anda, o sujeito não se implica e tudo segue de maneira automática. Sem questionamentos as mulheres funcionam de forma a cada vez mais tamponar a falta, ao competir com os homens os atributos fálicos.<br />
Já os homens, muitas vezes insatisfeitos se indagam: o que possivelmente aquela mulher “tão completa” pode querer de mim?<br />
O enunciado já responde: ela já está completa. Então onde está o espaço para o homem?<br />
As mulheres buscaram a liberdade, mas parecem ter perdido sua referência, transitando como o pêndulo de um relógio, de um ponto para o seu oposto. Da completa dependência que as obturava para a impossibilidade de escolher de quem querem depender, ocupando o lugar de causa de desejo.<br />
Pelo receio de se perder no outro, escolhe-se não se satisfazer com ninguém. Por outro lado, seguindo a linha de Drummond de Andrade, tira-se "férias não remuneradas de si mesmo" e isso causa sofrimento.<br />
A ambivalência presente no sujeito feminino as leva a reclamar das dificuldades amorosas, ao passo que se regozijam ao relatar sua potência fálica sintomática, sem poder ainda relacionar sua identificação ao sexo masculino como um possível impedimento ao laço amoroso.<br />
No discurso aparece que não há parceiro bom o bastante, muito embora a procura seja exaustiva. Contudo, o conteúdo latente é justamente a dificuldade no reconhecimento da própria falta, sendo graças a esta constituição subjetiva que existe a possibilidade de encontrar lugar para o outro.<br />
Vale ressaltar que não se trata de propor um retrocesso, que as mulheres abram mão de seu trabalho e conquistas. Muito pelo contrário, o quê se propõe é um ponto de equilíbrio, onde exista a possibilidade de ir ao encontro daquilo que é do desejo: na esfera profissional, social e pessoal, sem precisar ocupar uma posição que não lhe diz respeito, dando mais lugar a feminilidade.<br />
Espera-se que homem e mulher possam fazer trocas, preservando no amor o lugar da falta. Os relacionamentos saudáveis são aqueles que mantêm uma dependência suficiente para se manterem unidos, mas ao mesmo tempo, permitem o crescimento individual e a privacidade necessária para que o casal se mantenha saudável.<br />
Apenas deve-se atentar ao fato de que o lugar de cada um deve ser respeitado, reconhecendo aquilo que é de fato diferente, não só anatomicamente como psiquicamente.<br />
Diante dessas novas configurações, os homens se deparam com o desafio de encontrar um espaço ao lado de uma mulher que não só compete como também rivaliza com ele, tendo dificuldades em se sustentar diante desta falta de lugar sem ter sua masculinidade ameaçada pela parceira que se coloca enquanto rival.<br />
Diante desses desencontros, homens e mulheres relatam a insatisfação quanto a dificuldade de permanecer em um relacionamento estável.<br />
Atualmente existe um patamar de exigência enorme, os namoros quando assumidos, muitas vezes tem a chamada "<em>data de validade</em>", justamente o tempo em que se percebe que a pessoa não corresponde ao ideal.<br />
Inicialmente, é como se o sujeito se apaixonasse por si mesmo, a medida que projeta no outro características que idealizou em um parceiro e que a princípio só existia em seu imaginário.<br />
Passada a fase de se conhecer, aparece a pessoa tal como realmente é, sendo justamente neste momento em que a data de validade expira ou pode ser renovada.<br />
Se renovada, é a fase passível de identificar aspectos amados e odiados no outro, reconhecendo e aceitando os pontos onde o sujeito não consegue ver a si mesmo de forma espelhada no parceiro.<br />
Neste momento pode-se optar por investir na relação, que traz muito prazer, mas também exige flexibilidade e o constante exercício de lidar com as alegrias e frustrações inerentes a vida a dois.<br />
Rubem Alves faz a analogia do jogo de tênis para descrever as relações que tem como objetivo derrotar o parceiro, procurando seu ponto fraco para fazer o corte. Neste exemplo ambos ocupam a posição ativa, competindo pelo mesmo lugar. Os "jogadores" não se dão conta que ao fazer o corte, alcançam algo equivalente ao gol contra do futebol, pois minam a própria relação. Enquanto que no relacionamento estilo frescobol, espera-se que ninguém perca e se acontece um erro, o outro faz o possível para contornar, pois é um jogo onde o prazer está justamente na troca. Nesta relação homem e mulher não são rivais, mais parceiros que ocupam uma posição de forma a conferir ao outro seu devido lugar, viabilizando assim o intercâmbio: o relacionamento.<br />
Não se espera que a relação corresponda ao ideal romântico, onde o espírito poético e a semelhança do casal asseguram a ausência de discussões, isso provocaria um grande “sufoco emocional”, onde não se pode mais distinguir onde um começa e o outro acaba.<br />
A vida a dois se assemelha muito mais a prosa do que a poesia. Os desentendimentos podem ser saudáveis se o casal tem a possibilidade de dialogar. Se na distribuição de energia psíquica não há espaço para a conversa, há de se questionar se ainda há relacionamento.<br />
Até a discussão pode ser lida como um bom sinal, pois significa que ambos estão investindo na relação. Se existe diálogo, há grandes chances de que exista amor, onde a fala aparece como tentativa de preencher a falta, causa de desejo.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnLc839RUg-4p5-hx50DQwGDsYxOmKgCG-gYDeZBoo82ZXrd_BOxSEmFvihS19Y-zND-8ynyyReVRoHJnCdT89KuBtdbM2gUyzwueVHXgVr8VJSiJg8U-6Ju0DekNoZyV8w5uP3wxdV4Q/s1600/amor-perfeito-1.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnLc839RUg-4p5-hx50DQwGDsYxOmKgCG-gYDeZBoo82ZXrd_BOxSEmFvihS19Y-zND-8ynyyReVRoHJnCdT89KuBtdbM2gUyzwueVHXgVr8VJSiJg8U-6Ju0DekNoZyV8w5uP3wxdV4Q/s200/amor-perfeito-1.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5617062020428887074" style="float: left; height: 155px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></a> Quando o casal encontra formas de chegar a um acordo, a relação é então reavivada e reconfirmada. Daí a importância do dia dos namorados, onde se pode comemorar a possibilidade que o casal encontrou de tornar um encontro possível. Portanto, o <strong><span style="color: red;">amor perfeito</span></strong> é justamente aquele capaz de abarcar e aceitar as imperfeições.<br />
Lacan (1992), questiona a viabilidade de ocorrer um encontro entre pessoas que não tem falta. Para que o desejo se mantenha é preciso preservar no outro o lugar da falta, essa operação só é possível se o sujeito puder reconhecer a falta em si mesmo.<br />
Em uma época onde há o imperativo de igualdade e certa negação das diferenças psíquicas entre os sexos, tem-se como desafio, reavaliar a forma como cada sujeito lida com suas diferenças.<br />
O que mantém a mulher e o homem juntos é o laço simbólico, que pressupõe que ambos são movidos pela falta: “o homem busca saná-la através deste objeto que ele crê ser capaz de preenchê-la, representado pela mulher; esta, por sua vez, busca no corpo do seu parceiro e no poder simbólico que ela própria atribui, o falo que lhe falta” (TEIXEIRA, 2007, p. 84).<br />
O autor acrescenta que a possibilidade de um laço sustentável entre os casais passa pela possibilidade da mulher reconhecer o poder do falo no homem.<br />
Deve-se reconhecendo a falta no outro e também em si mesmo, bem como as diferenças entre homens e mulheres. De onde deriva a possibilidade de um encontro, mesmo que faltoso: repleto de frustrações, prazer e satisfação.<br />
As mulheres precisam compreender que suas armas não estão nos atributos fálicos, mas em sua feminilidade, sensualidade e possibilidade de se fazer desejar, permitindo que o homem a conquiste, à medida que pode disponizar a ele seu devido espaço.<br />
Diante de tantos desencontros, os encontros possíveis derivam da possibilidade de fazer laços simbólicos com quem se escolhe amar, mesmo que de forma faltosa e imperfeita, estando justamente no ponto de falta: o enamoramento perfeito.<br />
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<strong>REFERÊNCIAS</strong><br />
LACAN, J. <strong>O Seminário.</strong> Livro 8: A Transferência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992<br />
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KEHL, M. <strong>A mínima diferença</strong>. Rio de Janeiro: Imago, 1996.<br />
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TEIXEIRA, M. <strong>A feminilidade nas dimensões real, simbólica e imaginária</strong>. In: Revista da Associação Psicanalítica de Curitiba. Vol.1, nº 1. Curitiba: APC, 1997.<br />
<br />
http://www.rubemalves.com.br/tenisfrescobol.htm (Acessado em 05 de junho, 2011).<br />
<br />
http://pinap.sites.uol.com.br/drummond.htm (Acessado em 05 de junho, 2011).<br />
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<strong>LINK DA ENTREVISTA DO DIA DOS NAMORADOS NA REDE T.V.+</strong><br />
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http://www.redetvmais.com.br/entrevista/video/372.html<br />
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